São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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PERFIL

Tucano nomeia "policial" para evitar desvios

DE SÃO PAULO

Saulo de Castro Abreu Filho assumirá a Secretaria de Transportes com a missão de implementar uma gestão "policial" na pasta, palco de denúncias de corrupção.
Secretário de Segurança na primeira gestão de Geraldo Alckmin, de 2002 a 2006, Saulo será peça-chave para o projeto do governador de reestruturar a Dersa, reavaliar as funções da Artesp (agência dos transportes de SP), e acelerar o ritmo de obras viárias no Estado.
A mudança de área também foi um meio que Alckmin encontrou de ter um dos secretários-símbolo de volta, sem o desgaste de nomeá-lo para a mesma pasta.
Promotor público, Saulo tem fama de truculento e coleciona polêmicas. Em 2006, defendeu a não divulgação da lista de mortos no confronto entre a polícia e o PCC, durante as ondas de ataques à capital paulista.
Um ano antes, foi investigado por abuso de poder por acionar um grupo de elite da Polícia Civil-que prendeu duas pessoas- para averiguar congestionamento em frente ao restaurante japonês no qual jantou com a mulher.
Em outro episódio, defendeu a chamada "Operação Castelinho", que, em 2002, deixou 12 mortos, supostamente ligados ao PCC.
A ação foi questionada e chamada por entidades de defesa dos direitos humanos de "emboscada".
As polêmicas, no entanto, não foram suficientes para diminuir a confiança que Alckmin tem em Saulo. E é exatamente pela fama de linha dura que ele assume Transportes.
A grande proximidade com o tucano já era garantia de participação no novo governo. Chegou-se a cogitar a possibilidade de ele assumir cargo de assessor especial do governador ou de secretário de Gestão Pública.
Mas Alckmin quer Saulo em Transportes para evitar desvios em contratos e licitações. A preocupação foi aumentada pelas acusações envolvendo o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, na gestão de José Serra.
"O Saulo é um grande gestor. E ter formação jurídica só ajuda. Porque hoje você tem muitos problemas de licitação, contrato. Problemas de esfera judicial", disse Alckmin, questionado sobre a escolha.
Saulo irá revisar contratos de concessão firmados em gestões anteriores e analisar as licitações da área.
No governo de Mário Covas, em 1995, ele foi corregedor-geral e desempenhou missão semelhante. Alckmin era, na época, vice-governador.


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