São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2011

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Oposição a Dilma pede retratação sobre privatizações

Líderes criticaram decisão de ceder aeroportos à iniciativa privada após classificar rivais como "privatistas"

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Líderes oposicionistas do Congresso cobraram ontem uma retratação da presidente Dilma Rousseff sobre ter condenado as privatizações durante as eleições.
Eles criticaram o fato de, durante a campanha, Dilma ter classificado a oposição de "privatista" e, dois dias após assumir a Presidência, ter decidido entregar à iniciativa privada a construção e operação dos novos terminais de aeroportos paulistas, conforme revelou ontem a Folha.
Os aeroportos de Guarulhos e de Viracopos, em Campinas, compõem o pacote aprovado por Dilma.
Apesar das críticas, a medida foi elogiada. "É uma atitude bastante contraditória.
Ela fez o discurso errado e a ação certa. Ação oriunda de um projeto apresentado pela oposição e duramente criticado pelo governo", disse o senador Agripino Maia (RN), líder do DEM.
A ressalva, porém, é que as privatizações dos aeroportos de São Paulo são apenas um primeiro passo e não vão resolver os problemas de aeroportos que serão vitais para a Copa de 2014.
"Não adianta nada resolver o problema dos aeroportos com viabilidade econômica e deixar de lado os deficitários. Precisamos fazer algo regionalizado, entregar mais à iniciativa privada", afirmou o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC).
"Apesar do fato positivo, Dilma deveria pedir desculpas pela mentira e retórica eleitoral", completou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
A Folha mostrou ontem que, além da privatização, o texto de uma medida provisória -que pode ser editada ainda neste mês- deverá incluir a abertura do capital da Infraero e a criação de uma secretaria ligada à Presidência da República para cuidar da aviação civil.
Um novo terminal para o aeroporto de Brasília também poderá entrar no pacote, informou a reportagem.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que é "muito bom" que o governo federal faça ampliações na rede aeroportuária paulista "com a iniciativa privada" e que o Estado será parceiro para agilizar esses empreendimentos.
A ideia é que o governo estadual facilite com a liberação de licenças ambientais e parcerias.
"É prioridade absoluta o terceiro terminal de Cumbica e o segundo terminal de Viracopos. Isso é para ontem", ressaltou Alckmin.
O custo do novo terminal de Viracopos está estimado em R$ 690 milhões.

Colaborou DANIELA LIMA, de São Paulo


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