São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2011

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Desaparecido político não é vergonha, diz ministro

Novo chefe da Segurança Institucional diz que país tem que "olhar para frente"

Horas antes, a nova secretária de Direitos Humanos apoiou grupo para apurar crimes de militares na ditadura

BRENO COSTA
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

A existência de desaparecidos políticos durante o regime militar brasileiro (1964-1985) não deve ser motivo nem de vergonha nem de vangloriação, disse o novo chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, general José Elito Siqueira.
Para Siqueira, tanto a ditadura militar -que ele chamou de "movimento de 31 de março de 1964"- como os casos de desaparecidos naquele período devem ser tratados como "fato histórico".
Defendendo um "olhar para a frente", ele se mostrou contrário à criação da Comissão da Verdade, prevista em projeto enviado pelo governo ao Congresso em 2010.
A comissão teria a "finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas" durante a ditadura.
"Nós temos que ver o 31 de março de 1964 como dado histórico de nação, seja com prós e contras, mas como dado histórico. Da mesma forma, os desaparecidos são história da nação, que não temos que nos envergonhar ou nos vangloriar", afirmou.
A declaração foi dada durante a cerimônia de posse.
O general, que comandou em 2006 a Força de Paz no Haiti, chamou de "situações isoladas do passado" os alvos da comissão.
A criação da comissão foi defendida horas antes pela nova secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário, durante sua posse. "O Estado brasileiro tem que resgatar sua dignidade em relação aos mortos e desaparecidos na ditadura. (...) Não se trata de revanchismo."
Diante da plateia em que estava o ministro Nelson Jobim (Defesa), ela afirmou que as Forças Armadas são "parte da consolidação da democracia". "Certamente entre as Forças Armadas existe também o desejo de que tenhamos juntos esse processo constituído."


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