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Caso sanguessuga só puniu 1 ex-deputado criminalmente
CPI pediu cassação de 72 congressistas, mas nenhum perdeu o mandato
Apesar disso, escândalo levou muitos acusados a desistir da reeleição; só 5 deputados voltaram ao Congresso em 2007
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
Caso que levantou suspeita contra o maior número de
congressistas, o escândalo
dos sanguessugas faz hoje
cinco anos com apenas um
ex-deputado condenado entre as mais de 300 pessoas
processadas criminalmente.
Em 4 de maio de 2006, a
Polícia Federal cumpriu 46
mandados de prisão contra
políticos e assessores acusados de desviar verbas do Orçamento na compra de ambulâncias superfaturadas
por prefeituras -uma fraude
de mais de R$ 100 milhões.
Com base em depoimentos
e documentos fornecidos pela família Vedoin (dona da
empresa Planam, pivô do esquema), foi criada uma CPI
que ainda em 2006 pediu
abertura de processo de cassação contra 69 deputados
federais e três senadores.
Nenhum deles perdeu o
mandato por isso, mas a repercussão do caso levou muitos a desistir da reeleição: só
5 dos 69 deputados acusados
voltaram à Câmara em 2007.
Na área jurídica o total de
acusados foi maior. Só na
Justiça Federal de Mato Grosso foram abertos 285 processos criminais contra mais de
300 acusados (prefeitos, ex-congressistas, assessores).
Segundo o Ministério Público Federal do MT, só 31
sentenças foram proferidas,
sendo 22 condenações. O
único ex-deputado atingido
foi Cleuber Carneiro (MG),
condenado em 2010 por corrupção passiva. A pena de
dois anos de prisão foi convertida em prestação de serviços. Sua defesa recorreu.
"Não se produziu prova
documental de que o deputado tivesse recebido qualquer
valor para apresentar emenda", disse seu advogado,
Marcelo Leonardo.
Já na área cível foi aberta
mais de uma centena de processos por improbidade administrativa em diversos Estados. As condenações são
poucas. A primeira ocorreu
em agosto de 2009, contra o
ex-deputado federal Cabo Júlio (MG), que recorreu.
Acusado de integrar o núcleo do esquema, Nilton Capixaba (PTB-RO) retornou à
Câmara neste ano. "Quem
aprova o projeto? É o Ministério da Saúde, os técnicos lá.
Alguém foi penalizado por
superfaturamento? Quem licita? É o prefeito. Qual prefeito foi condenado?", diz ele.
Os empresários Darci Vedoin e Luiz Antonio Vedoin
pedem perdão judicial alegando que ajudaram na apuração. Localizado, Luiz não
quis falar sobre o caso.
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