São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2011

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

As "narrativas"

Começou com críticas de mídia postadas por Slate e Poynter, uma sugerindo "ceticismo" aos leitores, a outra cobrando maior "ceticismo" dos jornalistas com as fontes. No enunciado da Slate, "O que realmente aconteceu?". Apontou notícias contraditórias sobre os helicópteros e o tiroteio que abateu Osama.
Não demorou e o site Politico deu que autoridade anônima havia alterado a "narrativa" apresentada anteontem pela Casa Branca. Ecoou por Drudge etc. No fim da tarde, uma entrevista coletiva apresentou uma nova "narrativa", para as manchetes on-line "EUA revisam relato sobre incursão no Paquistão", no "New York Times", e "Bin Laden "resistiu", mas estava desarmado, dizem EUA", no "Washington Post".


"PAREM AS MÁQUINAS" O "NYT" de anteontem já rodava, com manchete sobre a Líbia (esq.), quando trocou por Osama bin Laden. A primeira não circulou

//"MR."
O "NYT" foi um dos poucos jornais americanos a não noticiar a morte como fato, anteontem, com a manchete "Bin Laden é morto por forças dos EUA, diz Obama". Era apenas a versão de Obama.
Mas o "NYT" também se distanciou de Bin Laden. Em instrução aos jornalistas, a edição decidiu negar ao terrorista, em todos os textos, o uso do tradicional honorífico "Mr.", senhor -o que reproduziu, como informou a Slate, a política usada no jornal para Hitler, mas não para "Mr. Bush" ou para "Mr. Stálin".

//"MOMENTO CNN"
Ecoam histórias, nos jornais americanos, sobre o "momento CNN" do Twitter e do Facebook -comparando o impacto da CNN na Guerra do Golfo, duas décadas atrás, com o das redes sociais, agora.
Mas também já se questiona o suposto impacto. A "Ad Age" destacou que o primeiro "tweet" a indicar a morte de Bin Laden, do perfil de Keith Urbahn, tinha como fonte, na verdade, um jornalista de TV.
E o site Poynter afirmou que o "tweet" que observou helicópteros sobre a cidade paquistanesa, do perfil de Sohaib Athar, só ecoou após ser descoberto por jornalistas do Paquistão e depois do Ocidente.

//MÁQUINAS DE ESPIONAGEM
Julian Assange, do WikiLeaks, deu entrevista ao canal Russia Today anteontem, ecoando pelo Terra e daí aos blogs brasileiros. Dele, questionado sobre o Facebook, creditado no Ocidente pelas revoltas árabes -que outros creditam ao próprio WikiLeaks:
"O Facebook é a mais terrível máquina de espionagem já inventada. Você tem a mais ampla base de dados sobre as pessoas, suas relações, seus endereços, tudo nos EUA e acessível à inteligência americana. Facebook, Google, todas essas grandes organizações têm interfaces com a inteligência americana."

//AOS BRICS, JÁ
O "Wall Street Journal" publica hoje um especial com a longa reportagem "Ímpeto tecnológico muda para o Oriente". No subtítulo, "Brics estão no limiar de uma era de ouro tecnológica; empresas ocidentais deveriam abraçar as oportunidades já". (O Brasil, nos EUA, não costuma ser citado como parte do Ocidente.) O criador do Skype, Niklas Zennstrom, diz que "o próximo Google ou Facebook pode muito bem vir de Brasil, Rússia, Índia ou China, um desses países".
O "WSJ" perfila a chinesa Huawei, que virou a segunda maior fabricante de equipamentos de telecomunicações com estratégia que incluiu "ações agressivas, ao encontrar dificuldades políticas nos EUA".

Bric, 10 Jim O'Neill, que vislumbrou os Brics, escreve no site City Wire que "a hipótese está mais forte do que nunca", quase dez anos depois, porém enfatiza que noticiar "o falecimento dos EUA é muito exagerado".

"Not-quite-Bric" "FT" e "WSJ" noticiam que a Standard & Poor's abriu um índice Civets, para o grupo idealizado pela Economist Inteligence Unit contra os Brics. O segundo ironiza que é o grupo "não é bem Bric".

brazilconfidential.com
CORRIDA A nova edição do "Brazil Confidential", do "Financial Times", faz uma radiografia dos "desafios de energia" para o país, ouvindo o ministro Edison Lobão -e priorizando as oportunidades para financiamento externo na "corrida pelo petróleo e pelo gás no Rio"


Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


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