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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Diminui potencial de transferência de votos de Lula
Taxa, que caiu de 11% para 8%, inclui quem afirma votar no candidato do presidente, mas não declara voto em Dilma
Detalhamento do perfil desse grupo revela que são pessoas pobres, com baixa escolaridade e que moram no Nordeste
UIRÁ MACHADO
DE SÃO PAULO
O potencial de transferência de votos de Lula diminuiu. O presidente da República, que em dezembro tinha 14 pontos percentuais
para passar à sua candidata,
agora tem 8.
A taxa, calculada pelo Datafolha desde dezembro, é
composta pelos eleitores que
afirmam que votariam "com
certeza" no candidato indicado por Lula, mas não declaram voto em Dilma Rousseff (PT) nem sabem que ela é
apoiada pelo presidente.
Entre as duas últimas pesquisas Datafolha, o potencial
caiu de 11% para 8%. A candidata petista, no entanto,
apenas oscilou de 37% para
38% das intenções de voto.
É difícil afirmar se a falta
de correspondência entre a
votação de Dilma e a diminuição do potencial se deve a
alguma "falha" na transferência ou se a petista recebeu
os votos do presidente, mas
perdeu outros eleitores e
manteve saldo estável.
O cientista político
Amaury de Souza afirma ser
"ilusório achar que pessoas
desinformadas vão de repente ter a informação "correta" e
passar a votar em Dilma".
Para ele, "a informação
simplesmente não chega à
fatia mais pobre e desinformada do eleitorado e, se chega, o faz de várias maneiras".
Segundo Souza, a possibilidade de que esses eleitores
descubram que Dilma é a
preferida de Lula é tão plausível quanto a de que identifiquem José Serra (PSDB) como candidato do presidente.
O detalhamento do perfil
dos eleitores potenciais revela que são pessoas pobres,
com baixa escolaridade e
concentradas no Nordeste.
Embora apoiem o candidato de Lula, declaram voto
em Serra. Representam hoje
17% das intenções de voto do
tucano -cerca de sete pontos percentuais.
Na mais recente pesquisa
Datafolha, Serra tinha 39%
das intenções de voto.
MÍDIA
Hoje empatados tecnicamente, Serra e Dilma já tiveram entre si uma diferença
de 14 pontos percentuais. Em
levantamento realizado em
dezembro de 2009, o tucano
tinha 40% das intenções de
voto, e a petista, 26%.
O crescimento de Dilma se
deu em dois momentos. Entre dezembro e fevereiro,
quando saltou de 26% para
31%, e entre abril e maio,
quando foi de 30% para 37%.
Nos dois casos em que
cresceu, Dilma teve forte exposição na mídia. Após isso,
manteve-se no novo patamar. Primeiro foi o lançamento de sua candidatura.
Depois, a propaganda na TV.
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