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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Arrecadação baixa leva Serra a pedir doação pessoalmente
Pressionado por aliados, tucano participará de contatos para obter verba
Até agora, candidato do PSDB diz que recebeu R$ 3,7 mi, um terço do declarado por Dilma, e menos até que Marina
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Sob pressão de aliados nos
Estados, o comando do PSDB
pediu que o candidato do
partido à Presidência, José
Serra, atue pessoalmente na
arrecadação de recursos para
a campanha eleitoral.
Segundo tucanos, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), discutiu o tema com Serra numa reunião
na noite de segunda-feira.
O argumento é que os empresários preferem contato
direto com o candidato antes
de concretizar as doações.
Porta-voz do partido,
Guerra apresentou a Serra
uma lista de potenciais doadores para que sejam procurados. Muitos deles já se
comprometeram a colaborar,
mas ainda não contribuíram
efetivamente com dinheiro.
Além de conversar com
empresários, Serra deverá intensificar agenda de encontros destinados à arrecadação, como um recente jantar
com o setor de siderurgia.
De acordo com tucanos,
Serra concordou ainda em
participar de um evento proposto pela Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de
São Paulo), que concentra
boa parte do PIB nacional.
Nesse esforço de arrecadação, estão na mira, além das
siderúrgicas, também bancos e empreiteiras.
Para driblar resistência do
setor bancário, Serra escalou
um homem do sistema financeiro -Sérgio Silva de Freitas, ex-dirigente do Itaú- para a tarefa de arrecadação.
Mas os empresários querem
ouvir os compromissos de
Serra para a economia.
Pelos cálculos do comando da campanha, já chega a
R$ 15 milhões o total prometido. Mas o comitê eleitoral tucano declara ter recebido
R$ 3,7 milhões -um terço
dos R$ 11,6 milhões registrados por sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT).
Em sua primeira prestação, Marina Silva (PV) declara ter recebido R$ 4,65 milhões. Ontem, Serra admitiu
preocupação com o nível de
arrecadação de sua campanha até aqui.
"Preocupa [a baixa arrecadação], mas eu espero que os
recursos entrem, porque às
vezes tem muito atraso nisso
[nas doações]", disse Serra
em Heliópolis, uma das áreas
mais pobres de São Paulo,
durante visita a uma escola
técnica e uma AME (Ambulatório Médico de Especialidades), ambas inauguradas por
ele quando governador.
Antes de demonstrar preocupação com o nível baixo de
seu caixa, Serra chegou a dizer que "não tinha visto isso
[o fato de sua arrecadação
parcial ser menor que a de
suas adversárias]".
Por outro lado, tucanos
minimizavam dificuldades
na arrecadação, alegando
que é natural que as empresas só contribuam após a primeira rodada de prestações.
Afirmam ainda que algumas doações foram endereçadas diretamente ao partido, responsável pelas despesas da pré-campanha.
Mas reconhecem que a expectativa de arrecadação é
maior para a candidata do
governo. O presidente do
PPS, Roberto Freire, chega
acusar o governo de intimidar empresários. "Com um
governo policialesco, a pessoa fica com medo de contribuir para a oposição."
PIRES
Dos Estados, aliados cobram o envio de material para a campanha nas ruas. O
coordenador de infraestrutura da campanha, Sérgio Kobayashi, avisa que, a exemplo da montagem de comitês,
a produção de impressos dependerá do ritmo de arrecadação de dinheiro.
Colaborou BRENO COSTA, de São Paulo
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