São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Arrecadação baixa leva Serra a pedir doação pessoalmente

Pressionado por aliados, tucano participará de contatos para obter verba

Até agora, candidato do PSDB diz que recebeu R$ 3,7 mi, um terço do declarado por Dilma, e menos até que Marina


CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Sob pressão de aliados nos Estados, o comando do PSDB pediu que o candidato do partido à Presidência, José Serra, atue pessoalmente na arrecadação de recursos para a campanha eleitoral.
Segundo tucanos, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), discutiu o tema com Serra numa reunião na noite de segunda-feira. O argumento é que os empresários preferem contato direto com o candidato antes de concretizar as doações.
Porta-voz do partido, Guerra apresentou a Serra uma lista de potenciais doadores para que sejam procurados. Muitos deles já se comprometeram a colaborar, mas ainda não contribuíram efetivamente com dinheiro.
Além de conversar com empresários, Serra deverá intensificar agenda de encontros destinados à arrecadação, como um recente jantar com o setor de siderurgia. De acordo com tucanos, Serra concordou ainda em participar de um evento proposto pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que concentra boa parte do PIB nacional.
Nesse esforço de arrecadação, estão na mira, além das siderúrgicas, também bancos e empreiteiras. Para driblar resistência do setor bancário, Serra escalou um homem do sistema financeiro -Sérgio Silva de Freitas, ex-dirigente do Itaú- para a tarefa de arrecadação. Mas os empresários querem ouvir os compromissos de Serra para a economia.
Pelos cálculos do comando da campanha, já chega a R$ 15 milhões o total prometido. Mas o comitê eleitoral tucano declara ter recebido R$ 3,7 milhões -um terço dos R$ 11,6 milhões registrados por sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT). Em sua primeira prestação, Marina Silva (PV) declara ter recebido R$ 4,65 milhões. Ontem, Serra admitiu preocupação com o nível de arrecadação de sua campanha até aqui.
"Preocupa [a baixa arrecadação], mas eu espero que os recursos entrem, porque às vezes tem muito atraso nisso [nas doações]", disse Serra em Heliópolis, uma das áreas mais pobres de São Paulo, durante visita a uma escola técnica e uma AME (Ambulatório Médico de Especialidades), ambas inauguradas por ele quando governador.
Antes de demonstrar preocupação com o nível baixo de seu caixa, Serra chegou a dizer que "não tinha visto isso [o fato de sua arrecadação parcial ser menor que a de suas adversárias]".
Por outro lado, tucanos minimizavam dificuldades na arrecadação, alegando que é natural que as empresas só contribuam após a primeira rodada de prestações.
Afirmam ainda que algumas doações foram endereçadas diretamente ao partido, responsável pelas despesas da pré-campanha. Mas reconhecem que a expectativa de arrecadação é maior para a candidata do governo. O presidente do PPS, Roberto Freire, chega acusar o governo de intimidar empresários. "Com um governo policialesco, a pessoa fica com medo de contribuir para a oposição."

PIRES
Dos Estados, aliados cobram o envio de material para a campanha nas ruas. O coordenador de infraestrutura da campanha, Sérgio Kobayashi, avisa que, a exemplo da montagem de comitês, a produção de impressos dependerá do ritmo de arrecadação de dinheiro.

Colaborou BRENO COSTA, de São Paulo



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