São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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Vazamento sempre ocorreu, diz Mantega

Para ministro, quebra de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB não tem relação com campanha

Segundo ele, governo trabalha para melhorar segurança de dados fiscais, mas não há sistema inviolável


GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

O ministro Guido Mantega (Fazenda) minimizou ontem os casos de quebra de sigilo fiscal de pelo menos cinco pessoas ligadas ao PSDB e afirmou que vazamentos de informações na Receita Federal "sempre ocorreram".
Segundo ele, os fatos não têm relação com a campanha eleitoral. "Não existe [relação]. Vazamentos sempre ocorreram. Se você olhar para o passado, aconteceram vários", disse, em São Paulo.
Ele afirmou que não foram só pessoas com vinculação partidária que tiveram seu sigilo violado. "Foi um número muito maior [de pessoas]".
Segundo Mantega, a Receita investiga de forma acelerada o vazamento de dados de pessoas ligadas ao presidenciável tucano José Serra, entre elas, sua filha, Veronica Serra, e o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge.
"Estamos fazendo uma investigação de todos os aspectos desse caso. A Corregedoria da Receita está trabalhando exaustivamente com rigor e maior rapidez do que o normal", declarou Mantega.
O ministro disse que a Receita e o governo estão trabalhando para melhorar o sistema de segurança dos dados. Segundo ele, porém, não há sistema inviolável. "Outro dia, aqui no centro de São Paulo, você podia comprar disquetes com informações até de bancos privados."
Ele afirmou que, nos casos de vazamento, a Receita detecta o problema, pune os responsáveis e faz mudanças em seu sistema. "Infelizmente, depois os contraventores conseguem achar uma maneira de furar isso. E aí nós temos que fazer um novo sistema e punir rigorosamente aqueles que o violam."
Mantega voltou a afirmar que não cogita substituir o atual secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, cuja performance no caso provocou insatisfação no governo. A avaliação é que demiti-lo aumentaria a crise e prejudicaria a petista Dilma Rousseff.


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