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Vazamento sempre ocorreu, diz Mantega
Para ministro, quebra de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB não tem relação com campanha
Segundo ele, governo trabalha para melhorar segurança de dados fiscais, mas não há sistema inviolável
GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) minimizou ontem
os casos de quebra de sigilo
fiscal de pelo menos cinco
pessoas ligadas ao PSDB e
afirmou que vazamentos de
informações na Receita Federal "sempre ocorreram".
Segundo ele, os fatos não
têm relação com a campanha
eleitoral. "Não existe [relação]. Vazamentos sempre
ocorreram. Se você olhar para o passado, aconteceram
vários", disse, em São Paulo.
Ele afirmou que não foram
só pessoas com vinculação
partidária que tiveram seu sigilo violado. "Foi um número
muito maior [de pessoas]".
Segundo Mantega, a Receita investiga de forma acelerada o vazamento de dados
de pessoas ligadas ao presidenciável tucano José Serra,
entre elas, sua filha, Veronica Serra, e o vice-presidente
do PSDB, Eduardo Jorge.
"Estamos fazendo uma investigação de todos os aspectos desse caso. A Corregedoria da Receita está trabalhando exaustivamente com rigor
e maior rapidez do que o normal", declarou Mantega.
O ministro disse que a Receita e o governo estão trabalhando para melhorar o sistema de segurança dos dados.
Segundo ele, porém, não há
sistema inviolável. "Outro
dia, aqui no centro de São
Paulo, você podia comprar
disquetes com informações
até de bancos privados."
Ele afirmou que, nos casos
de vazamento, a Receita detecta o problema, pune os
responsáveis e faz mudanças
em seu sistema. "Infelizmente, depois os contraventores
conseguem achar uma maneira de furar isso. E aí nós temos que fazer um novo sistema e punir rigorosamente
aqueles que o violam."
Mantega voltou a afirmar
que não cogita substituir o
atual secretário da Receita,
Otacílio Cartaxo, cuja performance no caso provocou insatisfação no governo. A avaliação é que demiti-lo aumentaria a crise e prejudicaria a petista Dilma Rousseff.
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