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Oposição preserva patrimônio eleitoral
Alckmin vence em SP; Serra concentrará esforços em Minas e Paraná para tentar virar eleição no segundo turno
Aécio Neves torna-se o líder do trio PSDB-DEM-PPS no Senado; no Congresso, opositores sofreram duro revés
SILVIO NAVARRO
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
Puxada pela expressiva
votação no cinturão no centro-sul do país, a oposição
conseguiu manter seu patrimônio eleitoral nas urnas.
As vitórias obtidas nessa
faixa do eleitorado servirão
como contrapeso à força da
ampla aliança de partidos
governistas e à derrota de lideranças históricas de PSDB
e DEM no Congresso.
É na musculatura desses
Estados, especialmente São
Paulo, Minas Gerais e Paraná, que José Serra (PSDB)
concentrará esforços para
tentar virar a eleição presidencial no segundo turno
contra Dilma Rousseff (PT).
Serra derrotou a petista no
Paraná e em São Paulo. Geraldo Alckmin (PSDB) venceu ontem em São Paulo,
dando sequência à hegemonia da sigla no Estado -administrado há 16 anos pelos
tucanos. O antecessor no cargo foi justamente Serra.
Em Minas, os tucanos
apostam no engajamento de
Aécio Neves (PSDB), um dos
maiores vitoriosos nesta eleição. Eleito com uma votação
acachapante ao Senado, ele
projeta-se como líder do trio
PSDB-DEM-PPS em Brasília.
Além de obter uma cadeira
no Congresso, o mineiro alavancou a eleição do seu sucessor no governo, Antonio
Anastasia (PSDB), e carregou
o ex-presidente Itamar Franco (PPS), que ficou com a segunda vaga no Senado.
O pai do tucano, Aécio Cunha, morreu ontem aos 83
anos em Minas.
Juntos, Minas e São Paulo
contabilizam 33% do eleitorado brasileiro (44,8 milhões
de votos). Caso Dilma seja
eleita à Presidência, é o peso
dessas máquinas estaduais
que formará a resistência ao
alinhamento natural dos governadores ao Planalto.
Se Serra vencer, o poder
tucano no país se multiplica.
A vitória de Beto Richa no
Paraná compensou a derrota
de Yeda Crusius (PSDB), que
tentava a reeleição no Rio
Grande do Sul.
O PSDB disputará o segundo turno em Alagoas e Goiás.
DEM
Em processo de desidratação durante os oito anos de
governo Lula, o DEM (PFL rebatizado em 2006) ganhou
em Santa Catarina e no Rio
Grande do Norte. Trata-se de
6,7 milhões de eleitores (5%
do eleitorado).
Raimundo Colombo (SC) é
afilhado político do ex-senador Jorge Bornhausen. A potiguar Rosalba Ciarlini é aliada de José Agripino.
Em 2006, a legenda só havia ganho o governo do Distrito Federal, abatido após o
escândalo que derrubou José
Roberto Arruda (sem partido) e que acabou conhecido
como "mensalão do DEM".
As eleições também registraram a decadência do partido na Bahia, antiga ilha da
oposição no Nordeste no
chamado "carlismo". Paulo
Souto (DEM) não evitou a
reeleição de Jaques Wagner
(PT) nem alavancar José Carlos Aleluia (DEM) ao Senado.
No Senado, a oposição sofreu um duro revés, perdendo lideranças como Marco
Maciel (DEM) e os tucanos
Tasso Jereissati (CE) e Arthur
Virgílio (AM).
Uma das apostas da oposição era a candidatura do ex-prefeito do Rio Cesar Maia
(DEM), que naufragou.
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