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ANÁLISE
Vitória em SP consolida ações políticas de 4 gestões tucanas
HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA
A vitória de Geraldo Alckmin em São Paulo consolida
20 anos de hegemonia tucana na mais rica e populosa
unidade federativa. A menos
que acreditemos que a maior
parte dos paulistas são loucos, é forçoso concluir que algo de bom ocorreu sob as até
aqui quatro gestões do PSDB.
O difícil, como sempre, é
separar os pontos positivos
que são resultado direto de
políticas e ações adotadas
pelo governo dos que são
consequência de processos
alheios à administração, que
ocorreriam de qualquer jeito.
Para complicar um pouco
mais as coisas, o que frequentemente ocorre é uma
combinação dos dois.
Um bom exemplo dessa
interação é a segurança pública. Exceto por soluços como os ataques patrocinados
por uma organização criminosa em 2006, a situação está melhorando, com consistente redução de homicídios
e outros crimes violentos ao
longo da última década.
Parte desse efeito é explicado pelos pesados investimentos que os tucanos fizeram na segurança pública,
tanto em nível de recursos
humanos como de material.
A outra parte, talvez a mais
importante, pode ser atribuída à demografia. Em todo o
mundo, a esmagadora maioria dos crimes é cometida por
homens de 17 a 30 anos.
À medida que o Brasil vai
concluindo sua transição demográfica -processo que começou antes em SP- e a população envelhece, os índices de criminalidade caem.
Esse mesmo fenômeno já foi
verificado em vários países.
O elemento demográfico
traz outras pistas para a hegemonia tucana. Mais adultos e menos crianças equivalem a mais renda e menos
despesas, o que contribui para um "feel good factor" que
vem beneficiando o PSDB. A
crise da falta de energia (o
apagão) que dizimou a popularidade dos tucanos no plano federal não foi percebida
como um problema estadual.
De modo análogo, o próprio envelhecimento da população resulta num voto
mais conservador. Em geral,
são os jovens e os que sentem
não estar avançando que arriscam votos heterodoxos.
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