São Paulo, terça-feira, 05 de abril de 2011

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Agências de risco divergem na avaliação sobre Brasil

Dúvidas sobre compromisso do governo com metas fiscais e evolução da dívida pública opõem S&P e Fitch

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Uma semana após a agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) ter indicado que a nota do Brasil poderia ser rebaixada, outra agência, a Fitch, elevou sua classificação para o país.
Destacando a disposição do novo governo em reduzir gastos, a Fitch subiu a nota de crédito do Brasil de BBB-para BBB. Foi a primeira elevação da agência desde maio de 2008, quando a Fitch reconheceu o Brasil como grau de investimento -espécie de selo de segurança para quem investe em títulos do país.
O Brasil passa a ter a classificação de países como México e Rússia. Faltam oito notas para o nível máximo.
O Brasil também é considerado grau de investimento pela S&P e pela Moody's. Mas a diretora-executiva da S&P do Brasil, Milena Zaniboni, disse na terça passada que o país poderia ser rebaixado se não cumprisse a meta de superavit primário -economia para pagar os juros da dívida.
A meta, que em 2011 equivale a 2,9% do PIB, não foi cumprida nos últimos dois anos. Mas ontem o diretor de notas soberanas para América Latina da S&P, Sebastián Briozzo, disse que a probabilidade de a nota do Brasil ser rebaixada é pequena.
A agência mantém perspectiva estável para a classificação brasileira. "A questão fiscal é muito importante. São apenas os três primeiros meses do governo, é cedo para ter uma decisão", disse.
Já a Fitch avalia que o anúncio de corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, o repasse menor para o BNDES e o reajuste moderado do salário mínimo sinalizam maior responsabilidade fiscal.
A elevação da nota foi comemorada pelo governo. O ministro Guido Mantega (Fazenda) admitiu, porém, que isso poderá atrair mais dólares, valorizando mais o real: "O governo vai continuar fazendo medidas para conter o excesso de dólares."

Colaborou LORENNA RODRIGUES , de Brasília


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