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Em SP, 8.000 presos estão cadastrados para votar na eleição
No total, 52,5 mil detentos provisórios e 5.500 jovens infratores no Estado teriam esse direito pela legislação
Questões de segurança baixaram o total de aptos a votar para
19 mil, dos quais menos da metade se registrou
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Somente 8.000 pessoas
atualmente no sistema prisional de São Paulo poderão
votar nas próximas eleições,
de um total de 52,5 mil presos
provisórios e 5.500 jovens infratores que, segundo levantamento feito pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), teriam esse direito.
Vários fatores analisados
pelo TRE e pelas autoridades
da Administração Penitenciária e Segurança Pública,
principalmente condições de
segurança e superlotação
das prisões, reduziram o número de presos em condições
de votar para 19 mil.
Desses, 8.000 se interessaram em votar e preencheram
o cadastro para poder escolher seus candidatos nas próximas eleições. O alistamento acabou em 5 de maio.
Ainda existe a possibilidade de o número de 8.000 ser
reduzido porque, até a eleição de outubro, os detentos
que eventualmente sejam
condenados perdem o direito
de votar -apenas os provisórios têm essa prerrogativa.
O TRE terá 73 zonas eleitorais em 118 unidades prisionais espalhadas pelo Estado.
Das prisões vinculadas à
Secretaria da Segurança Pública, só o Presídio Militar
Romão Gomes, na zona norte
de São Paulo, onde ficam
presos PMs, terá urna.
A maior parte dos detentos
eleitores estão em prisões
consideradas "tranquilas",
na avaliação feita por Administração Penitenciária, Segurança Pública e TRE.
Para estabelecer em quais
unidades podia acontecer
votação, o sistema prisional
paulista foi classificado em
três categorias.
A primeira faixa foi tratada
como "sem risco algum"; a
segunda é a considerada "intermediária", onde há superlotação, mas sem riscos de
rebeliões, por exemplo; e,
por último, "presídios com
antecedentes [de rebelião e
violência]".
Por questões de segurança, durante as votações nos
presídios paulistas, os mesários serão membros de ONGs
com trabalhos voltados para
defesa dos direitos dos detentos e direitos humanos.
No total, há quase 177 mil
pessoas no sistema prisional
de São Paulo (Administração
Penitenciária, Segurança Pública e Fundação Casa).
Em março, um estudo do
Ministério da Justiça apontou que, dos 473 mil presos
do país, 152 mil são provisórios e tinham direito de votar.
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