São Paulo, sábado, 05 de junho de 2010

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Em SP, 8.000 presos estão cadastrados para votar na eleição

No total, 52,5 mil detentos provisórios e 5.500 jovens infratores no Estado teriam esse direito pela legislação

Questões de segurança baixaram o total de aptos a votar para 19 mil, dos quais menos da metade se registrou


ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Somente 8.000 pessoas atualmente no sistema prisional de São Paulo poderão votar nas próximas eleições, de um total de 52,5 mil presos provisórios e 5.500 jovens infratores que, segundo levantamento feito pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), teriam esse direito.
Vários fatores analisados pelo TRE e pelas autoridades da Administração Penitenciária e Segurança Pública, principalmente condições de segurança e superlotação das prisões, reduziram o número de presos em condições de votar para 19 mil.
Desses, 8.000 se interessaram em votar e preencheram o cadastro para poder escolher seus candidatos nas próximas eleições. O alistamento acabou em 5 de maio.
Ainda existe a possibilidade de o número de 8.000 ser reduzido porque, até a eleição de outubro, os detentos que eventualmente sejam condenados perdem o direito de votar -apenas os provisórios têm essa prerrogativa.
O TRE terá 73 zonas eleitorais em 118 unidades prisionais espalhadas pelo Estado.
Das prisões vinculadas à Secretaria da Segurança Pública, só o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo, onde ficam presos PMs, terá urna.
A maior parte dos detentos eleitores estão em prisões consideradas "tranquilas", na avaliação feita por Administração Penitenciária, Segurança Pública e TRE.
Para estabelecer em quais unidades podia acontecer votação, o sistema prisional paulista foi classificado em três categorias.
A primeira faixa foi tratada como "sem risco algum"; a segunda é a considerada "intermediária", onde há superlotação, mas sem riscos de rebeliões, por exemplo; e, por último, "presídios com antecedentes [de rebelião e violência]".
Por questões de segurança, durante as votações nos presídios paulistas, os mesários serão membros de ONGs com trabalhos voltados para defesa dos direitos dos detentos e direitos humanos.
No total, há quase 177 mil pessoas no sistema prisional de São Paulo (Administração Penitenciária, Segurança Pública e Fundação Casa).
Em março, um estudo do Ministério da Justiça apontou que, dos 473 mil presos do país, 152 mil são provisórios e tinham direito de votar.


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