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TV Cultura não prevê demissões, afirma Sayad
Presidente do canal diz que foco é nova grade
AUDREY FURLANETO
COLUNISTA DA FOLHA
Presidente da TV Cultura,
João Sayad negou boatos de
que a emissora, com 1.925
funcionários, passaria por
demissões em massa. "Isso é
resultado de fofocas de ano
eleitoral. Estamos fazendo
nova grade de programação,
o que implica reformulação
de algumas posições", disse.
No início da manhã de ontem, surgiram rumores de
demissão em massa, que poderia atingir 36% do quadro
de funcionários da emissora.
Ao longo do dia, os boatos se
intensificaram, e a Cultura
emitiu uma nota oficial.
O comunicado, que não
abordou os boatos, defendia
a necessidade de o canal se
"renovar", já que a TV "perdeu audiência, qualidade e
se tornou cara e ineficiente".
Segundo Sayad, "não há
nenhum plano de demissão
de ninguém". "A não ser que
haja necessidade de trocar
um por outro melhor, nós faremos", afirmou.
A emissora planeja "substituições" no processo de reformulação da grade, sem
afetar os carros-chefe da programação, como o "Roda Viva" e o "Metrópolis".
As transformações, lembrou Sayad, já estavam previstas no contrato de gestão
que assinou quando assumiu a presidência da emissora, em maio deste ano.
"No futuro, a Cultura precisa ter mais produção independente, e isso é uma novidade. Vou propor ao conselho que ela tenha um foco e
que seja a TV, e não uma porção de [outras] coisas que
faz, que não trazem receita
suficiente e desviam a pouca
capacidade administrativa
que a gente já tem", afirma.
A ideia é que a grade seja
"muito estável" com exibição de documentários do É
Tudo Verdade e filmes da
Mostra Internacional de Cinema, entre outros. O "Jornal
da Cultura", sob comando de
Maria Cristina Poli, volta-se,
segundo ele, para debates.
A ideia é abrir a emissora
para produções independentes, com editais e concursos
para produtos terceirizados.
A área de prestação de serviços, que inclui o fornecimento de conteúdo para a TV Justiça, por exemplo, não terá
contratos renovados.
"Essas TVs continuam
existindo, mas provavelmente outras produtoras farão
[seus conteúdos]. Nós temos
que nos concentrar no nosso
veículo principal que é a TV
Cultura. Não há nada de errado nisso, nem implica desemprego, mas em substituição de empregadores", disse.
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