São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

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TV Cultura não prevê demissões, afirma Sayad

Presidente do canal diz que foco é nova grade

AUDREY FURLANETO
COLUNISTA DA FOLHA

Presidente da TV Cultura, João Sayad negou boatos de que a emissora, com 1.925 funcionários, passaria por demissões em massa. "Isso é resultado de fofocas de ano eleitoral. Estamos fazendo nova grade de programação, o que implica reformulação de algumas posições", disse.
No início da manhã de ontem, surgiram rumores de demissão em massa, que poderia atingir 36% do quadro de funcionários da emissora. Ao longo do dia, os boatos se intensificaram, e a Cultura emitiu uma nota oficial.
O comunicado, que não abordou os boatos, defendia a necessidade de o canal se "renovar", já que a TV "perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente".
Segundo Sayad, "não há nenhum plano de demissão de ninguém". "A não ser que haja necessidade de trocar um por outro melhor, nós faremos", afirmou.
A emissora planeja "substituições" no processo de reformulação da grade, sem afetar os carros-chefe da programação, como o "Roda Viva" e o "Metrópolis".
As transformações, lembrou Sayad, já estavam previstas no contrato de gestão que assinou quando assumiu a presidência da emissora, em maio deste ano.
"No futuro, a Cultura precisa ter mais produção independente, e isso é uma novidade. Vou propor ao conselho que ela tenha um foco e que seja a TV, e não uma porção de [outras] coisas que faz, que não trazem receita suficiente e desviam a pouca capacidade administrativa que a gente já tem", afirma.
A ideia é que a grade seja "muito estável" com exibição de documentários do É Tudo Verdade e filmes da Mostra Internacional de Cinema, entre outros. O "Jornal da Cultura", sob comando de Maria Cristina Poli, volta-se, segundo ele, para debates.
A ideia é abrir a emissora para produções independentes, com editais e concursos para produtos terceirizados. A área de prestação de serviços, que inclui o fornecimento de conteúdo para a TV Justiça, por exemplo, não terá contratos renovados.
"Essas TVs continuam existindo, mas provavelmente outras produtoras farão [seus conteúdos]. Nós temos que nos concentrar no nosso veículo principal que é a TV Cultura. Não há nada de errado nisso, nem implica desemprego, mas em substituição de empregadores", disse.


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