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Justiça pode reabrir caso Toninho do PT
Nove anos após o assassinato do então prefeito de Campinas, investigações sobre o crime devem ser retomadas
Versões de Ministério Público e Polícia Civil são diferentes; família do político pede entrada da PF nas investigações
MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS
Às vésperas de completar
nove anos do assassinato do
prefeito de Campinas (93 km
de São Paulo) Antonio da
Costa Santos -o Toninho do
PT- o juiz do caso, José Henrique Torres, encaminhará
nesta semana um ofício à Delegacia Seccional de Campinas para determinar a reabertura das investigações.
"Agora, o processo inteiro
será encaminhado para o delegado seccional [José Carneiro de Campos Rolim Neto]
para dar prosseguimento nas
investigações. Cabe ao Ministério Público acompanhar",
disse o juiz à Folha.
O processo do caso tramitou no Tribunal de Justiça de
São Paulo durante um ano e
meio e retornou ao Fórum de
Campinas no mês passado.
O CRIME
Toninho foi morto na noite
de 10 de setembro de 2001,
em Campinas, atingido por
três tiros. A arma do crime
-uma pistola nove milímetros- nunca foi encontrada.
Para sua família, o crime
foi político e teve mandante.
Em setembro de 2007, Torres rejeitou denúncia dos
promotores, que pediam que
Wanderson Nilton de Paula
Lima, o Andinho, fosse levado a júri popular como coautor do crime. Os indícios contra ele, segundo o juiz, eram
"frágeis, inseguros, contraditórios e contrariados".
Preso e condenado a mais
de 400 anos de prisão por diversos crimes, Andinho sempre negou envolvimento na
morte do prefeito petista.
Na denúncia, o Ministério
Público afirmou que Andinho e outros três foram os autores dos disparos contra Toninho, mas não apresentou
motivação para o crime.
POLÍCIA
Já na versão da Polícia Civil, Toninho foi morto pela
quadrilha de Andinho, que
fugia após tentativa de sequestro. Diz a polícia que Toninho atrapalhou a fuga.
Dos quatro acusados, apenas Andinho continua vivo.
A ONG "Quem Matou Toninho?" prepara para sexta-feira uma homenagem ao prefeito. Em carta aberta, a ONG
afirmou que "questões políticas e de contrariedade de interesses nunca foram devidamente investigadas".
"Tenho certeza de que foi
um crime político. Meu pai
sempre dizia que não tinha o
rabo preso com ninguém. Ele
era uma exceção", disse a filha de Toninho, Marina Garcia Costa Santos, 23.
A viúva do prefeito, Roseana Garcia, já pediu três vezes
ao Ministério da Justiça a entrada da PF nas investigações. Um pedido de federalização das investigações
aguarda um parecer da Procuradoria-Geral da República há dois anos e dois meses.
Na sexta-feira, a Procuradoria informou à Folha, por
meio de sua assessoria de imprensa, que o pedido continua "sob análise".
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