São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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Após estada em casa de Dilma, poeta escreveu sobre Brasil

DO ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA

Quando saiu da Bulgária, em 1929, Pedro Rousseff levou na bagagem um livro de poesias intitulado "A Eterna e a Sagrada", de uma conterrânea sua chamada Elisaveta Bagriana. Ao menos é o que contou, anos depois, a própria Elisaveta a seu biógrafo, Iordan Vassilev.
Em entrevista à Folha, Vassilev diz que Pedro e Elisaveta se conheceram no início dos anos 60, quando a poeta, considerada um dos maiores nomes da literatura búlgara, foi ao Brasil para um encontro de escritores.
No país, foi procurada por Pedro Rousseff, que a convidou a passar um tempo com a família em Belo Horizonte.
Ela aceitou e da estada nasceram nove poemas que estão no chamado ciclo brasileiro da autora. Há títulos como "Os Olhos do Brasil", em que ela fala das belezas naturais do país, e "Uísque com Gelo e Lágrimas".
Vassilev diz que a poeta, vindo de um país comunista, ficou muito impressionada com a riqueza dos Rousseff, que mantinham vários empregados em casa. "Ela disse que demorou uns três dias até conhecer as propriedades da família", afirma.
O biógrafo não se lembra de Elisaveta ter citado os nomes de Dilma ou de Igor, o outro filho de Pedro no Brasil. "Mas ela falou mais de uma vez de Zana, a filha mais nova de Rousseff, que tinha o mesmo nome da mãe dele."
Zana morreu em 1977, 15 anos depois do pai.
Quando soube da morte de Rousseff, em 1962, Elisaveta escreveu o poema "Um Punhado de Neve". "Fala que o amigo sentia saudades da Bulgária e que desejava pegar na mão um punhado de neve do país", diz o biógrafo.
Elisaveta morreu em 1991, pouco antes de fazer 98 anos.


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