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Após estada em casa de Dilma, poeta escreveu sobre Brasil
DO ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA
Quando saiu da Bulgária,
em 1929, Pedro Rousseff levou na bagagem um livro de
poesias intitulado "A Eterna
e a Sagrada", de uma conterrânea sua chamada Elisaveta
Bagriana. Ao menos é o que
contou, anos depois, a própria Elisaveta a seu biógrafo,
Iordan Vassilev.
Em entrevista à Folha,
Vassilev diz que Pedro e Elisaveta se conheceram no início dos anos 60, quando a
poeta, considerada um dos
maiores nomes da literatura
búlgara, foi ao Brasil para um
encontro de escritores.
No país, foi procurada por
Pedro Rousseff, que a convidou a passar um tempo com
a família em Belo Horizonte.
Ela aceitou e da estada
nasceram nove poemas que
estão no chamado ciclo brasileiro da autora. Há títulos
como "Os Olhos do Brasil",
em que ela fala das belezas
naturais do país, e "Uísque
com Gelo e Lágrimas".
Vassilev diz que a poeta,
vindo de um país comunista,
ficou muito impressionada
com a riqueza dos Rousseff,
que mantinham vários empregados em casa. "Ela disse
que demorou uns três dias
até conhecer as propriedades
da família", afirma.
O biógrafo não se lembra
de Elisaveta ter citado os nomes de Dilma ou de Igor, o
outro filho de Pedro no Brasil. "Mas ela falou mais de
uma vez de Zana, a filha mais
nova de Rousseff, que tinha o
mesmo nome da mãe dele."
Zana morreu em 1977, 15
anos depois do pai.
Quando soube da morte de
Rousseff, em 1962, Elisaveta
escreveu o poema "Um Punhado de Neve". "Fala que o
amigo sentia saudades da
Bulgária e que desejava pegar na mão um punhado de
neve do país", diz o biógrafo.
Elisaveta morreu em 1991,
pouco antes de fazer 98 anos.
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