São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2011

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PT aprova brecha para se aliar ao PSD

Reunião em que partido resolveu ampliar apoios para eleição de 2012 é marcada por críticas ao PMDB e a Temer

Alto escalão da sigla, porém, insiste na tese de que peemedebistas ajudam na manutenção do projeto de governo

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Em reunião marcada por duros ataques ao PMDB, o PT decidiu ontem escancarar a política de alianças para as eleições municipais de 2012.
Resolução aprovada no encerramento do 4º congresso do partido abre brecha para coligações com o PSD, do prefeito Gilberto Kassab.
O documento não descarta nem mesmo a possibilidade de petistas dividirem palanque com os oposicionistas PSDB, DEM e PPS.
O partido rejeitou proposta do diretório de Minas Gerais que barrava alianças com rivais no plano federal.
O texto aprovado só diz que os adversários do PT "serão as agremiações que representam o bloco conservador", citando as três siglas.
Alas da esquerda petista propuseram limitar a participação do PMDB nas chapas. Prevaleceu a tese de que o PT deterá as rédeas do governo em qualquer aliança.
"Não considero o PMDB comprometido com os direitos dos trabalhadores. Algum delegado aqui se orgulha de o Michel Temer ser vice-presidente?", disse Júlio Turra, da tendência Trabalho, Terra e Soberania.
"Michel Temer não é do PT. Portanto, é apenas um aliado. E é um aliado importante", reagiu o vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE).
A cúpula do partido insistiu na tese de que o PMDB é uma ferramenta para a manutenção do projeto petista. "O PT não se dilui nas coligações. Mantém a hegemonia dos processos", disse o presidente do partido, Rui Falcão.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), comemorou o fato de os petistas terem deixado, pela primeira vez, de explicitar a preferência por alianças com "partidos de centro-esquerda".
Mas a aproximação com o PSD também foi criticada. "Estamos ajudando a criar uma cobra. Porque esse partido é reorganização da direita para nos derrotar nas próximas eleições", disse o ex-ministro José Fritsch (Pesca).
Ele propôs barrar coligações com o partido de Kassab, mas a votação foi suspensa por falta de quórum.
Ontem, o PT aprovou texto que critica a imprensa e defende a regulamentação da mídia. Segundo Rui Falcão, o partido fará uma "campanha forte" para pressionar o Congresso a aprovar um projeto que regule os meios de comunicação no país.
Ele defendeu a limitação do direito de propriedade de emissoras de rádio e TV e criticou o "jornalismo partidário" que disse existir em "alguns veículos" de imprensa.
Anteontem, o PT havia aprovado mudança no estatuto do partido, limitando o direito de disputar eleições para o Congresso. Agora, petistas só poderão exercer três mandatos seguidos de deputado ou dois de senador.


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