|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
ANÁLISE
Na reta decisiva, internet parece ter produzido ruído eleitoral
ALEC DUARTE
EDITOR-ADJUNTO DE PODER
Se não foi capaz de amenizar totalmente a sensação de
irrelevância da internet no
processo eleitoral brasileiro,
a última semana de campanha exibiu ao mesmo tempo
o lado bom e o mais baixo da
rede que conecta pessoas.
Ainda que restrito a redes
sociais específicas (como
Twitter e Facebook), é impossível não notar que o movimento a favor de Marina Silva (a "onda verde") se acentuou na web precisamente
no momento em que a candidatura da verde, enfim, decolou e saiu da estabilidade.
Simultaneamente, ressurgia a velha tática de fazer
emergir fatos, agora via e-mail e Orkut, principalmente, associando a candidata
petista Dilma Rousseff a uma
suposta disposição de relaxar os dispositivos legais que
coibem o aborto no país, assunto que provoca urticária
no eleitorado religioso.
Nos dois casos, os movimentos nascidos na internet
parecem ter promovido algum resultado concreto nas
urnas -só um levantamento
entre os dois grupos de eleitores (os de Marina e os religiosos) é capaz de assegurar
o que os indícios mostram.
Ações do gênero que mudam o rumo de eleições sempre houve, e isso muito antes
da internet. Lembro de 1985,
quando FHC titubeou ao responder num debate na TV
se acreditava em Deus.
Dias depois, São Paulo
amanheceu forrada de cartazetes com os dizeres "Cristão
vota em Jânio", que acabou
sendo eleito prefeito, virando
uma eleição quase perdida.
A diferença daquela época
para hoje é que as campanhas não tinham as mesmas
armas de contrainformação
que dispõem hoje, quando a
facilidade de publicação na
rede praticamente deu uma
imprensa para cada cidadão.
Nesse aspecto, Marcelo
Branco e sua "guerrilha virtual", contratados pela campanha petista para fazer esse
trabalho na internet, vacilou.
Texto Anterior: Chalita ajudará PT a avançar entre religiosos Próximo Texto: PSDB e PT já articulam cerco a Marina Índice | Comunicar Erros
|