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Presidenciáveis buscam votos de aliados vitoriosos
BRENO COSTA
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
Com 18 eleições estaduais
liquidadas no primeiro turno, um dos desafios de Dilma
Rousseff (PT) e José Serra
(PSDB) será tentar atingir votação similar à de seus aliados em diversas regiões.
Para o tucano, que precisa
virar a eleição no segundo
turno, o principal foco é o
eleitorado de Minas Gerais, o
segundo maior colégio do
país (10,7%).
Nas urnas, Serra teve 2,9
milhões de votos a menos do
que o candidato tucano ao
governo, Antonio Anastasia,
eleito no primeiro turno pelas mãos do senador eleito
Aécio Neves (PSDB).
Serra foi 17 vezes a Minas
em três meses de campanha
-na média, foi mais de uma
vez por semana ao Estado.
Se for comparada a votação de Aécio ao Senado, e cujo apoio é fator decisivo para
Serra, a diferença é ainda
maior: menos da metade dos
eleitores que votaram em Aécio também optaram por Serra. Foram 4,2 milhões a menos para o presidenciável.
A Folha comparou as votações de Dilma e Serra e o
desempenho dos seus aliados nas disputas estaduais.
Além de Minas, Serra teria
de ampliar sua dianteira em
relação à petista em São Paulo, maior colégio do país
(30,2 milhões). O tucano teve
quase 2 milhões de votos a
menos do que Geraldo Alckmin (PSDB), que foi eleito para o governo.
No Paraná, o governador
vitorioso Beto Richa (PSDB)
alavancou a candidatura de
Serra, mas a diferença entre
eles foi de 432 mil votos.
Outro foco é o Pará, onde o
candidato do PSDB, Simão
Jatene, entra em vantagem
no segundo turno contra Ana
Júlia Carepa (PT). Jatene teve
22% mais votos do que Serra.
Em Goiás, apesar das desavenças regionais entre
seus aliados, Marconi Perillo
(PSDB) teve melhor desempenho do que Iris Resende
(PMDB). Ambos disputarão o
segundo turno.
DILMA
Os cruzamentos sugerem
que Dilma tem margem para
crescer, principalmente, no
Rio, na Bahia, em Pernambuco e no Espírito Santo.
Nesses casos, a vitória dos
aliados dela na rodada inicial
é simultânea ao desempenho
pífio nos palanques de Serra.
Juntos, os quatro Estados representam 30 milhões de votos (22% do eleitorado).
A presidenciável petista ficou 1,5 milhão de votos
aquém do desempenho, nas
urnas, do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB).
Reeleito no primeiro turno,
Cabral prometeu trabalhar
pela candidatura de Dilma.
Na Bahia, por exemplo, a
vantagem da candidata de
Lula é tamanha que Serra obteve mais votos do que seu
aliado Paulo Souto (DEM) ao
governo. No Espírito Santo,
Serra teve quase o triplo de
votos que Luiz Paulo Vellozo
Lucas (PSDB).
Já na Paraíba, os dois candidatos no segundo turno
são "dilmistas": Ricardo
Coutinho (PSB) e José Maranhão (PMDB).
Um dos Estados mais complicados para Dilma é Santa
Catarina, onde Raimundo
Colombo (DEM) ganhou a
eleição, levando dois senadores oposicionistas. Candidata de Dilma, Ideli Salvatti
(PT) naufragou.
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