São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

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Presidenciáveis buscam votos de aliados vitoriosos

BRENO COSTA
SILVIO NAVARRO

DE SÃO PAULO

Com 18 eleições estaduais liquidadas no primeiro turno, um dos desafios de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) será tentar atingir votação similar à de seus aliados em diversas regiões.
Para o tucano, que precisa virar a eleição no segundo turno, o principal foco é o eleitorado de Minas Gerais, o segundo maior colégio do país (10,7%).
Nas urnas, Serra teve 2,9 milhões de votos a menos do que o candidato tucano ao governo, Antonio Anastasia, eleito no primeiro turno pelas mãos do senador eleito Aécio Neves (PSDB).
Serra foi 17 vezes a Minas em três meses de campanha -na média, foi mais de uma vez por semana ao Estado.
Se for comparada a votação de Aécio ao Senado, e cujo apoio é fator decisivo para Serra, a diferença é ainda maior: menos da metade dos eleitores que votaram em Aécio também optaram por Serra. Foram 4,2 milhões a menos para o presidenciável.
A Folha comparou as votações de Dilma e Serra e o desempenho dos seus aliados nas disputas estaduais.
Além de Minas, Serra teria de ampliar sua dianteira em relação à petista em São Paulo, maior colégio do país (30,2 milhões). O tucano teve quase 2 milhões de votos a menos do que Geraldo Alckmin (PSDB), que foi eleito para o governo.
No Paraná, o governador vitorioso Beto Richa (PSDB) alavancou a candidatura de Serra, mas a diferença entre eles foi de 432 mil votos.
Outro foco é o Pará, onde o candidato do PSDB, Simão Jatene, entra em vantagem no segundo turno contra Ana Júlia Carepa (PT). Jatene teve 22% mais votos do que Serra.
Em Goiás, apesar das desavenças regionais entre seus aliados, Marconi Perillo (PSDB) teve melhor desempenho do que Iris Resende (PMDB). Ambos disputarão o segundo turno.

DILMA
Os cruzamentos sugerem que Dilma tem margem para crescer, principalmente, no Rio, na Bahia, em Pernambuco e no Espírito Santo.
Nesses casos, a vitória dos aliados dela na rodada inicial é simultânea ao desempenho pífio nos palanques de Serra. Juntos, os quatro Estados representam 30 milhões de votos (22% do eleitorado).
A presidenciável petista ficou 1,5 milhão de votos aquém do desempenho, nas urnas, do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB). Reeleito no primeiro turno, Cabral prometeu trabalhar pela candidatura de Dilma.
Na Bahia, por exemplo, a vantagem da candidata de Lula é tamanha que Serra obteve mais votos do que seu aliado Paulo Souto (DEM) ao governo. No Espírito Santo, Serra teve quase o triplo de votos que Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).
Já na Paraíba, os dois candidatos no segundo turno são "dilmistas": Ricardo Coutinho (PSB) e José Maranhão (PMDB).
Um dos Estados mais complicados para Dilma é Santa Catarina, onde Raimundo Colombo (DEM) ganhou a eleição, levando dois senadores oposicionistas. Candidata de Dilma, Ideli Salvatti (PT) naufragou.


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