São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011

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Por cargo, PT apoia tucano na Assembleia

Recondução de Barros Munhoz à presidência já é dada como certa por aliados e opositores na eleição de março

Sem maioria, petistas aderem à candidatura do atual presidente em troca de funções que são estratégicas na Casa

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

A pouco mais de um mês para a eleição do comando da próxima legislatura da Assembleia de São Paulo, a reeleição do atual presidente, Barros Munhoz (PSDB), é dada como certa entre apoiadores e oposicionistas.
Pelo acordo que deverá ser selado com o PSDB, os petistas apoiarão Munhoz em troca da primeira e da quarta secretarias, estratégicas.
Os petistas Rui Falcão e Ênio Tatto manifestam interesse pela primeira, que cuida das finanças da Assembleia e do departamento de Recursos Humanos. A vaga deve ficar com Falcão.
Munhoz deve ser reconduzido inclusive com o apoio do PT, que, embora faça oposição e tenha feito a maior bancada do Legislativo paulista pela primeira vez em sua história, não tem maioria.
O atual presidente somente não é candidato único por conta do lançamento de Carlos Giannazi, do PSOL.
A eleição será em 15 de março, data da posse dos novos deputados do Estado.
O caminho para a reeleição de Munhoz foi pavimentado quando o também tucano Bruno Covas deixou a Assembleia para assumir a Secretaria de Meio Ambiente.
No fim do ano passado, Covas consultava a bancada do PSDB para aferir os apoios, caso decidisse brigar para ser o candidato, e era a maior ameaça para os planos do atual presidente.
Mas o neto do ex-governador Mario Covas deixou a estrada livre ao tomar posse como secretário estadual.
O também tucano Celino Cardoso ainda se movimenta para tentar adesões a uma eventual candidatura, mas, por ora, não reúne apoios que possam colocar em risco a reeleição de Munhoz.
O PT, que elegeu 24 deputados contra 23 do PSDB -ao todo, são 96 cadeiras-, tem, por regimento, o direito de fazer o presidente.
Mas o partido não teria apoio suficiente para fazer a maioria porque só tem ao seu lado deputados de outras quatro legendas: Pedro Bigardi e Leci Brandão, ambos do PC do B, Major Olímpio (PDT) e Giannazi, que neste caso não sairia candidato.

BRIGA DURA
A briga mais acirrada é pela segunda secretaria, espécie de prefeitura da Casa.
A ela está subordinada boa parte da administração, como obras, manutenção predial e transportes. Por ela, duelam o PV e o DEM.
O primeiro fez a terceira maior bancada da Assembleia e tem o direito de ocupar o cargo. Os verdes avisaram a Alckmin na época da transição que não abririam mão da vaga. O deputado Chico Sardelli, que não conseguiu virar secretário, é um dos que desejam o posto.
O DEM, por sua vez, há anos comanda a segunda secretaria e não pretende abrir mão dela, ainda que não tenha conseguido fazer a terceira maior bancada.
Deve usar como argumento a quebra da regra de ocupação pela maior bancada na disputa pela presidência.
O PSDB deve ter como líder na próxima legislatura o deputado Orlando Morando, que duela com João Caramez. No PT, Adriano Diogo e Simão Pedro disputam a vaga.
O líder do governo na Casa, já escolhido por Alckmin, é Samuel Moreira (PSDB).


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