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STF arquiva inquérito contra Temer por crime ambiental
Parecer do procurador-geral da República defende conclusão da investigação
Presidente da Câmara foi acusado de depredar e grilar área de reserva ambiental em Goiás; deputado sempre negou
ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO
O STF (Supremo Tribunal
Federal) vai arquivar o inquérito no qual o candidato a
vice-presidente na chapa da
petista Dilma Rousseff e presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), é investigado por suposta prática de
crime ambiental.
No dia 29 de julho, foi anexado ao processo no STF parecer no qual o procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, opina pelo arquivamento do inquérito.
Até a conclusão desta edição, o Ministério Público não
havia informado as razões
pelas quais decidiu pelo encerramento do caso.
INVESTIGAÇÃO
Como a Folha revelou em
reportagens publicadas em
novembro de 2008, a investigação começou porque havia
a suspeita de que Temer depredara uma área de reserva
ambiental na região de Alto
Paraíso (GO) ao construir
uma estrada de acesso a uma
propriedade sua.
Como resultado, teria desmatado área protegida pelo
Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Constam do inquérito relatórios e testemunhos que o
acusam de recorrer a grileiros e a servidores do governo
de Goiás para obter títulos de
propriedade fraudados.
Entre 2002 e 2003, o hoje
vice da candidata petista à
Presidência da República desistiu das terras.
DESISTÊNCIA
Depois que o Ministério
Público de Goiás iniciou a investigação, ele retirou uma
ação de usucapião por meio
da qual tentava legalizar 2,5
mil hectares de terras. Também doou para a prefeitura
local a fazenda que já regularizara -uma propriedade de
452 hectares.
O deputado negou as acusações quando procurado
pela reportagem há dois
anos. Afirmou na ocasião
que as obras na estrada que
cortam a reserva eram de responsabilidade da Prefeitura
de Alto Paraíso.
Alegou também que o aumento da área adquirida por
ele teve respaldo em medições técnicas legais.
Esta semana, por meio de
sua assessoria de imprensa,
Michel Temer declarou: "O
arquivamento dessa investigação estava dentro de minha expectativa jurídica,
pois jamais cometi qualquer
crime ambiental".
O relator do processo é o
ministro Joaquim Barbosa,
que se encontra em licença
médica, mas deve retomar a
rotina da trabalho na próxima semana, quando então se
processará o arquivamento.
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