São Paulo, sábado, 06 de agosto de 2011

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Sucessor de Jobim quer ser "cuidadoso com as palavras"

Celso Amorim defende gestão à frente do Itamaraty durante governo Lula

Presença militar dos Estados Unidos em vizinhos foi motivo de preocupação para novo ministro na diplomacia

LUIZ CARLOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE JOÃO PESSOA

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BRASÍLIA

Um dia após ser nomeado ministro da Defesa, o ex-chanceler Celso Amorim afirmou ontem que terá que ser "mais cuidadoso com as palavras" na nova pasta.
"Eu já não posso falar como um ex-ministro das Relações Exteriores. Terei que ser mais cuidadoso com as palavras para não me comprometer", disse Amorim em palestra na UEPB (Universidade Estadual da Paraíba).
Ele também elogiou sua participação à frente do Ministério das Relações Exteriores durante o governo Lula.
"O Brasil não tem mais uma postura tímida e, hoje, é fundamental nas discussões internacionais", disse.
A atuação de Amorim nos assuntos ligados à Defesa ecoou a política internacional que o ex-chanceler ajudou a criar no governo Lula, marcada pela retórica de independência em relação aos Estados Unidos e pelos esforços em posicionar o Brasil como líder regional.
Um exemplo foi a presença brasileira na Minustah, a força da paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, iniciada em 2004.
O comando da força foi uma tentativa de Lula e Amorim de dar ao Brasil a relevância militar internacional necessária para conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que não aconteceu.
Recentemente, o novo titular da Defesa disse que apoia a saída das tropas brasileiras que estão na força de paz.
A possibilidade é aventada pelo governo federal, e a presença de Amorim na Defesa dá peso à possibilidade, que agrada aos militares.

ATRITOS
Um de seus diversos momentos de atrito com os EUA ocorreu em 2009, quando a Colômbia negociava com os norte-americanos o uso de bases militares naquele país.
À época, Amorim mostrou receio em relação aos riscos que essa presença poderia trazer para países vizinhos e para a Amazônia.
Como ministro da Defesa, ele administrará um acordo militar de cooperação bilateral assinado no ano passado entre Brasil e EUA.
Como chanceler, Amorim propôs a criação do Conselho de Defesa da União de Nações Sul-Americanas, para melhorar a cooperação.
O novo titular da Defesa também foi um defensor da compra pela Aeronáutica dos caças franceses como opção "política" e não só militar.


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