DE CUIABÁ

Responsável pelas gravações que levaram à prisão as cúpulas do Executivo e do Legislativo em Dourados, o secretário local de Governo e Comunicação, Eleandro Passaia, 34, disse que sua manutenção no cargo é "prova de integridade".
A permanência de Passaia foi a primeira decisão administrativa tomada pelo juiz Eduardo Machado Rocha, prefeito interino nomeado pelo Tribunal de Justiça e que tomou posse anteontem.
"Tem muita gente falando besteira, plantando notícias. Não sou um bandido traído ou alguém que recebeu uma delação premiada. Todos os pagamentos que eu fiz, todas as gravações, tudo foi feito em conjunto com a Polícia Federal desde o início", diz.
Após participar da assessoria de imprensa da campanha de Artuzi em 2008, Passaia assumiu primeiro a Secretaria de Comunicação. Em maio deste ano, passou a também responder como secretário de Governo.
"Na pasta da Comunicação, eu não pagava ninguém, não conversava com empresas nem com vereadores. Quando me tornei secretário de Governo é que o prefeito me abriu a mala preta e contou como todas as coisas aconteciam. Imediatamente, procurei a Polícia Federal."
Com o auxílio de câmeras e gravadores fornecidos pela PF, Passaia registrou flagrantes de pagamento de propina ao prefeito, à primeira-dama e a vereadores.
As investigações revelaram que havia direcionamento de licitações para empresas que concordavam em repassar cerca de 10% do valor do contrato. O dinheiro, diz a PF, pagava o "mensalão" a vereadores, caixa de campanha e compras pessoais do prefeito.
Na nova administração, Passaia diz que será o responsável por renegociar os contratos da prefeitura.


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