São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

PT é a sigla que menos se renova na Câmara

Mudança é maior na bancada do PSDB; média de idade e renda dos novos deputados não vai alterar o perfil da Casa

Renovação é menor do que em 2006; 57% dos atuais deputados foram reeleitos e continuam em seus gabinetes

BRENO COSTA
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO

Apesar da mudança na correlação de forças na Câmara dos Deputados, com um aumento da base hoje lulista, a taxa de renovação da Casa será menor que a de 2006, e o perfil geral dos deputados se mantém o mesmo em relação a renda e idade.
Ao todo, mais da metade da Câmara atual (56,9%) permanecerá em seus gabinetes a partir de fevereiro, quando a nova leva de deputados inicia seus trabalhos. Foram 292 reeleitos, contra os 269 de quatro anos atrás.
Entre os que debutam na Câmara e os que retornam à Casa depois de assumirem outras funções, o PT é, entre os principais partidos, o único que renovou menos de 40% de sua bancada atual (38,6%). Da legislatura atual, permanecem 53 deputados.
A maior renovação (47%), por outro lado, ficou justamente com o maior partido de oposição, o PSDB. A sigla, que viu líderes emblemáticos no Congresso serem derrotados nas urnas, terá 25 novos parlamentares a partir do ano que vem.
Embora 55 deputados eleitos no último domingo tenham menos de 40 anos de idade, a faixa etária média da nova Câmara segue nos mesmos 51 anos dos 513 deputados eleitos em 2006.

PATRIMÔNIO
Até o número de "milionários" entre os novos deputados segue o padrão da legislatura atual. Na composição atual, são 200 os que declararam patrimônio superior a R$ 1 milhão. Na nova legislatura, são 195 casos.
Dinheiro, aliás, não foi sinônimo de sucesso automático nas urnas. De 155 milionários que conseguiram a reeleição, 40 foram derrotados nas eleições.
Levantamento feito pela Folha nas declarações de bens dos deputados federais eleitos mostra que o patrimônio total dos próximos congressistas é de R$ 1,24 bilhão, uma média de R$ 2,4 milhões.
Na legislatura iniciada em 2006, esse valor era de R$ 1,89 bilhão, mas em grande parte devido à fortuna de R$ 709 milhões de Marcelo Almeida (PMDB-PR), que não se reelegeu. Sem ele, o total cai para R$ 1,18 bilhão.
O posto de Almeida, de deputado federal mais rico, passa para o usineiro João Lyra (PTB-AL), com bens declarados em R$ 240,4 milhões. Também estão entre os donos de maiores patrimônios Alfredo Kaefer (PSDB-PR), Newton Cardoso (PMDB-MG), Sandro Mabel (PR-GO) e Reinaldo Azambuja (PSDB-MS).
A composição atual ainda pode ser alterada durante a legislatura, com a saída de deputados para ocupar cargos no Executivo, ou em secretariados estaduais.
Também estão pendentes casos de candidatos a deputado barrados pela Lei da Ficha Limpa.


Texto Anterior: Marco Antonio Villa: O silêncio de Lula
Próximo Texto: Deputado do DF é campeão proporcional de voto
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.