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PT é a sigla que menos se renova na Câmara
Mudança é maior na bancada do PSDB; média de idade e renda dos novos deputados não vai alterar o perfil da Casa
Renovação é menor do que em 2006; 57% dos atuais deputados foram reeleitos e continuam em seus gabinetes
BRENO COSTA
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
Apesar da mudança na
correlação de forças na Câmara dos Deputados, com
um aumento da base hoje lulista, a taxa de renovação da
Casa será menor que a de
2006, e o perfil geral dos deputados se mantém o mesmo
em relação a renda e idade.
Ao todo, mais da metade
da Câmara atual (56,9%) permanecerá em seus gabinetes
a partir de fevereiro, quando
a nova leva de deputados inicia seus trabalhos. Foram 292
reeleitos, contra os 269 de
quatro anos atrás.
Entre os que debutam na
Câmara e os que retornam à
Casa depois de assumirem
outras funções, o PT é, entre
os principais partidos, o único que renovou menos de
40% de sua bancada atual
(38,6%). Da legislatura atual,
permanecem 53 deputados.
A maior renovação (47%),
por outro lado, ficou justamente com o maior partido
de oposição, o PSDB. A sigla,
que viu líderes emblemáticos
no Congresso serem derrotados nas urnas, terá 25 novos
parlamentares a partir do
ano que vem.
Embora 55 deputados eleitos no último domingo tenham menos de 40 anos de
idade, a faixa etária média da
nova Câmara segue nos mesmos 51 anos dos 513 deputados eleitos em 2006.
PATRIMÔNIO
Até o número de "milionários" entre os novos deputados segue o padrão da legislatura atual. Na composição
atual, são 200 os que declararam patrimônio superior a R$
1 milhão. Na nova legislatura, são 195 casos.
Dinheiro, aliás, não foi sinônimo de sucesso automático nas urnas. De 155 milionários que conseguiram a
reeleição, 40 foram derrotados nas eleições.
Levantamento feito pela
Folha nas declarações de
bens dos deputados federais
eleitos mostra que o patrimônio total dos próximos congressistas é de R$ 1,24 bilhão, uma média de R$ 2,4
milhões.
Na legislatura iniciada em
2006, esse valor era de R$
1,89 bilhão, mas em grande
parte devido à fortuna de R$
709 milhões de Marcelo Almeida (PMDB-PR), que não
se reelegeu. Sem ele, o total
cai para R$ 1,18 bilhão.
O posto de Almeida, de deputado federal mais rico,
passa para o usineiro João
Lyra (PTB-AL), com bens declarados em R$ 240,4 milhões. Também estão entre
os donos de maiores patrimônios Alfredo Kaefer
(PSDB-PR), Newton Cardoso
(PMDB-MG), Sandro Mabel
(PR-GO) e Reinaldo Azambuja (PSDB-MS).
A composição atual ainda
pode ser alterada durante a
legislatura, com a saída de
deputados para ocupar cargos no Executivo, ou em secretariados estaduais.
Também estão pendentes
casos de candidatos a deputado barrados pela Lei da Ficha Limpa.
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