São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

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Por apoio de tucanos, Kassab vai propor aliança com Alckmin

Prefeito diz que pode desistir de concorrer ao governo em 2014 para ter PSDB no palanque de Afif no ano que vem

Articulação conta com a simpatia da ala serrista, que enxerga na parceria com Kassab chance de derrotar PT e PMDB

DANIELA LIMA
VERA MAGALHÃES

DE SÃO PAULO

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) avisou a aliados que vai propor um acordo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar reeditar nas eleições municipais de 2012 a aliança que o levou à Prefeitura em 2004, como vice de José Serra (PSDB).
Fundador do PSD, o prefeito quer atrair o PSDB na disputa à sucessão na capital.
E em nome dessa aliança, Kassab tem afirmado que está disposto a abrir mão da candidatura ao governo em 2014 para apoiar a reeleição de Alckmin, colocando sua sigla e o próprio nome à disposição para compor a chapa encabeçada pelo tucano.
Para Kassab, juntos, PSD e PSDB têm chances se manter no comando da capital.
Com candidaturas avulsas, avalia, correm risco de ser derrotados pelo PT ou pelo PMDB, que pretende lançar o deputado Gabriel Chalita.
Ainda que publicamente Kassab apresente diversos nomes como possíveis candidatos do PSD à sua sucessão, em privado, o prefeito trata apenas o vice-governador, Guilherme Afif Domingos, seu parceiro na fundação do PSD, como capaz de atrair os tucanos na próxima eleição.

SERRA
O plano já foi exposto por Kassab a deputados estaduais e prefeitos da base aliada de Geraldo Alckmin.
Esta semana, o prefeito deve se reunir com o secretário Edson Aparecido, membro do chamado "núcleo político" do Palácio dos Bandeirantes, composto por aliados de primeira hora do governador.
A articulação já conta com a simpatia de tucanos ligados ao ex-governador José Serra, ala que defende a recomposição com Kassab.
Os serristas afirmam que uma aliança com o PSD é a melhor forma de se contrapor ao PT e ao PMDB na capital.Além disso, sabem que, com o acordo, será mais fácil garantir a parceria com o PSD em uma eleição presidencial.
Alckmin, que no início fez oposição à criação do PSD, chegando a limar Afif da Secretaria de Desenvolvimento Econômico em retaliação ao apoio do vice ao PSD, tem dado demonstrações de que pretende melhorar suas relação com Kassab.
O governador deu ao prefeito da capital a presidência do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana, órgão que irá coordenar a implantação de projetos do Estado em 39 municípios, que congregam quase 20 milhões de habitantes.
Ciente da importância do gesto, Kassab disse a alckmistas, no dia em que tomou posse no Conselho, que PSD e PSDB tinham "semelhanças e interesses comuns" e que era preciso "valorizar isso".
Além da vaga no conselho, Alckmin tem trabalhado para manter os filiados ao PSD em sua base aliada. Um acordo com Kassab poderia facilitar as relações políticas do governo no Estado, diminuindo a dependência de legendas menores na Assembleia.
Além disso, uma parceria com o PSD poderia ampliar a interlocução com o governo federal, com quem o Estado tem feito diversas parcerias.
A sigla de Kassab deverá fechar este ano com pelo menos 50 deputados federais e dois senadores no Congresso Nacional, com tendência a apoiar a administração da presidente Dilma Rousseff.


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