São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

PT e PMDB decidem hoje saída para impasse em MG

Reunião entre partidos no Estado ontem terminou novamente sem acordo

Direção estadual petista insiste em Pimentel na cabeça de chapa, mas os peemedebistas dizem que Costa é o candidato

Alisson Gontijo/"O Tempo"
Encontro na casa de Clésio Andrade em que aliados aprovaram apoio a candidato do PT ao governo de Minas Gerais

DE SÃO PAULO

Após quatro horas de reunião ontem, em um hotel em Belo Horizonte, esgotou-se a chance de o PT e do PMDB em Minas chegarem a um acordo sobre liderança de uma chapa única para disputar o governo do Estado.
O PT mineiro resolveu resistir à pressão do diretório nacional do partido pelo apoio à candidatura de Hélio Costa (PMDB) e, em reunião com outros partidos aliados no Estado, resolveu insistir numa chapa com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel na cabeça.
Em encontro na manhã de ontem na casa do presidente estadual do PR, Clésio Andrade, o PT e outros partidos da base de Lula resolveram apresentar aos peemedebistas a chapa com Pimentel para o governo e o próprio Andrade para vice. Hélio Costa ficaria como o candidato único ao Senado na coalizão.
O PMDB mineiro diz que não abre mão da candidatura do ex-ministro Hélio Costa, que lidera as pesquisas de intenção de voto. "Hélio Costa é candidato ao governo. Não tem como recuar", disse o deputado federal Antônio Andrade, presidente do PMDB-MG, após a reunião.
O princípio de rebelião do PT mineiro tem pouca chance de prosperar. Além de esbarrar na resistência do PMDB local, ela deve ser abortada pelos comandos nacionais dos dois partidos, que discutem hoje a situação do Estado, em Brasília.

ATENÇÕES
Minas, que detém o segundo maior eleitorado do país, volta a ser o centro das atenções da política nacional seja por esse impasse, que ameaça implodir o palanque único de Dilma Rousseff no Estado, seja pela tentativa de José Serra de galvanizar o apoio de Aécio Neves.
Hoje, o presidenciável tucano volta a fazer campanha em Minas ao lado de Aécio (leia mais na página A6).
Antes da reunião com o PMDB, ontem à tarde, Lopes publicou em sua página no Twitter que a chapa liderada por Pimentel era "fruto de um amplo debate coletivo dos partidos da base do governo Lula".
A militância petista no Estado lançou no Twitter o movimento "Empurrado eu não vou", que defende o nome do petista ao governo.

DESGASTE
Apesar de toda essa resistência, dirigentes do PT mineiro ouvidos pela Folha admitiram que terão de ceder.
As cúpulas nacionais do PT e do PMDB devem referendar hoje a aliança em torno de Costa, e Pimentel deve continuar na coordenação da campanha de Dilma.
Além do fato de Lula achar que os petistas têm de ceder para apoiar aliados no Estado, pesa contra a candidatura de Pimentel o fato de o ex-prefeito ter se queimado pelo fato de seu nome ter sido ligado à polêmica da montagem de uma equipe, vinculada à campanha de Dilma Rousseff, para elaborar dossiês contra José Serra.
O ex-prefeito de BH nega qualquer participação na montagem desse grupo e negou que tivesse marcado um encontro para tratar do assunto, como disse o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa, em entrevista à revista "Veja".


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