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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Serra diz que vai duplicar Bolsa Família
Após Dilma acusar oposição de tentar acabar com benefício, tucano promete dobrar investimentos no programa
Segundo especialistas, promessa é possível de ser posta em prática, mas dependeria das prioridades do governo
DE CURITIBA
No primeiro dia oficial de
campanha, o candidato do
PSDB à Presidência da República, José Serra, prometeu
ontem, em Curitiba, mais que
duplicar os investimentos no
Bolsa Família.
Os recursos atenderiam,
de acordo com o tucano, outras 15 milhões de famílias
que deveriam ser assistidas
pelo programa.
Sua oponente petista, Dilma Rousseff, acusou a oposição anteontem de ter tentado
acabar com o principal programa social da gestão Lula.
"Qual é a nossa meta? É
partir para a erradicação da
pobreza de todas as famílias
abaixo da linha da pobreza",
discursou Serra, em encontro
organizado pelo PSDB para
discutir a expansão da rede
de assistência social.
O Bolsa Família atende hoje cerca de 12,6 milhões de famílias e, com a promessa de
Serra, chegaria a 27,6.
"Temos no Brasil, abaixo
da linha da pobreza, 15 milhões de famílias com renda
per capita familiar de até
meio salário mínimo. O Bolsa
Família não cobre isso."
Segundo o candidato tucano, "com crescimento sustentável e política macroeconômica adequada, dá para
chegar a isso [ao número de
27,6 milhões de famílias]".
VIABILIDADE
Serra fez uma comparação
com o pagamento anual de
juros para estabelecer a nova
meta de atendimento.
"Sabem quanto custa um
programa como o Bolsa Família? R$ 12 bilhões. É 5% do
que se paga em juros. Dá para duplicar [o investimento
no Bolsa Família] e vai para
10%", disse.
A promessa de Serra é
"possível e desejável", na
opinião do economista Marcelo Neri, do CPS-FGV (Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getulio Vargas).
Para Neri, o programa poderia tirar da pobreza metade
dos 29,5 milhões que ainda
vivem no Brasil com renda
mensal inferior a R$ 140.
O impacto nas finanças do
país seria "relativamente pequeno", na opinião do economista da FGV e dependeria apenas da vontade política do candidato.
O economista do Instituto
de Ciências Políticas da UnB
(Universidade de Brasília) Ricardo Caldas disse que a ampliação do programa dependerá de prioridades.
Para ele, teria que se analisar quais pessoas seriam incluídas: se donas de casa que
deixaram de trabalhar para
cuidar dos filhos, desempregados, ou jovens.
Conforme a Folha revelou
em maio, os principais programas sociais de transferência de renda do governo paulista encolheram ao longo da
administração Serra.
(DIMITRI DO VALLE)
Colaborou ELIDA OLIVEIRA, de São Paulo
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