São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011

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Mesmo após escândalo, Dilma deve manter ministério com PR

Presidente sonda Blairo Maggi para assumir Transportes; atual número 2 também é cotado

Presidente pode ainda aceitar nome sugerido pela sigla, que comanda a pasta há 9 anos e não quer efetivar Passos

DE BRASÍLIA

Embora a presidente Dilma Rousseff tenha dito a interlocutores que irá ter calma na escolha do novo ministro dos Transportes, o governo já sondou o senador Blairo Maggi (PR-MT) para o cargo.
Apesar da sondagem, o Planalto não descartava efetivar o atual secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio Passos, recém-filiado ao PR e interino no cargo até definição do sucessor.
Passos é considerado um nome técnico e tem a simpatia da presidente, mas não conta com o apoio da sigla.
Com a segunda baixa na Esplanada em seis meses, Dilma tem três alternativas para preencher o posto: bancar um nome de sua preferência -caso de Maggi-, efetivar Passos sem contemplar a vontade da legenda ou aceitar um nome do PR.
Entre os nomes que a bancada do PR falava ontem estava o de Jaime Martins, deputado por Minas Gerais.
Dilma tem dito a interlocutores que deseja "sanear" o ministério e os órgãos a ele vinculados. O martelo sobre sucessão só não foi batido ainda para evitar o risco de uma indicação precoce atrair novas acusações. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) pediu paciência a senadores do sigla.
Maggi descartou que a decisão vá sair imediatamente. Segundo ele, o nome será escolhido "com calma" pelo PR, sob a supervisão do próprio ex-ministro, que reassumiu o comando do partido.
A Folha apurou que ele não desautorizou a sondagem, mas que teme virar alvo da imprensa e receia não conseguir evitar novas acusações no ministério.
A primeira sondagem ao ex-governador de Mato Grosso foi na segunda-feira, mesmo dia em que a Presidência emitiu nota manifestando "confiança" em Nascimento.
O PR disse que não vai abrir mão da pasta. "Continuamos aliados de primeira hora", disse o líder do partido, senador Magno Malta (ES). "Por que vamos para trás agora? Seria um gesto de ignorância", disse.
O PR tem porte médio no Congresso (40 deputados e seis senadores) e normalmente vota segundo as orientações do Executivo.
Enquanto Passos não tem apoio no PR, pesam contra Maggi ligações com um dos envolvidos no episódio que decapitou a cúpula dos Transportes. Ele é padrinho político de Luiz Antônio Pagot, diretor afastado do Dnit. Foi secretário de seu governo em MT e diretor de sua firma de navegação, a Hermasa.
O senador é um dos homens mais ricos do Brasil, e tem boas relações com Dilma. Possui patrimônio declarado de R$ 152 milhões e controla a Amaggi, uma das maiores exportadoras de soja do mundo, cujo faturamento em 2010 foi de R$ 3,9 bilhões.
(NATUZA NERY, CLAUDIO ANGELO, ANA FLOR, MÁRCIO FALCÃO, GABRIELA GUERREIRO e MARIA CLARA CABRAL)


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