São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011 |
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Sobrinho de deputado do PR exigia propina de 5% em contrato do Dnit PF apura atuação de Gledson Maia em desvios no órgão ligado à pasta dos Transportes no RN Esquema envolvendo sobrinho de João Maia, que foi preso e afastado, teria movimentado R$ 2 milhões desde 2009 JOSÉ ERNESTO CREDENDIO DE BRASÍLIA Inquérito da Polícia Federal revela que um sobrinho do deputado federal João Maia (PR-RN) recebia propina de 5% em cima dos valores pagos a uma empresa contratada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Este é um dos 74 inquéritos abertos pela PF para investigar desvio de verbas no órgão, vinculado ao Ministério dos Transportes, comandado até ontem pelo PR. O sobrinho do deputado, Gledson Maia, ocupava o cargo de chefe de engenharia do Dnit no Rio Grande do Norte. O suposto esquema foi desbaratado no fim de 2010 pela Operação Via Apia e envolveu ao menos mais uma empresa e um consórcio de empreiteiras. O pagamento da propina ocorria logo depois que os valores eram liberados pelo governo. Segundo a PF, foram desviados cerca de R$ 2 milhões. Gledson Maia deixou o cargo no fim do ano passado, após ser preso pela PF. Foi flagrado ao lado de uma churrascaria com o sócio de uma das empresas contratadas pelo Dnit. Na ocasião, foram apreendidos R$ 50 mil que seriam propina. COBRANÇA DE 5% Depoimentos e escutas telefônicas obtidos pela polícia indicam que ele "exigia" a comissão de 5% e que, assim que a empresa recebia do Dnit, "cobrava insistentemente" sua parcela. No inquérito , são citados como possíveis fontes de propina as empresas Arteleste e ATP Engenharia, além do consórcio Constran-Galvão-Construcap, que foi contratado por R$ 172 milhões para duplicar um lote da BR-101. Segundo a Polícia Federal, Gledson mantinha escondida em sua carteira de motorista uma possível "lista da propina", com nomes de empresas e valores. Também foi recolhido pelos policiais com Gledson um cheque de R$ 700 mil, assinado pelo seu tio deputado. Na investigação, a PF apreendeu um outro cheque, de R$ 258,6 mil, com um funcionário do Dnit no Rio Grande do Norte. O canhoto foi encontrado com Túlio Beltrão Filho, dono da Arteleste, empresa do Paraná. De janeiro de 2009 até junho passado, a empresa recebeu R$ 58 milhões do Dnit. O empresário também foi preso. Os pagamentos vinham ocorrendo desde ao menos o início de 2009, segundo testemunhas ouvidas pela PF. Colaboraram BRENO COSTA E MATHEUS LEITÃO, de Brasília Texto Anterior: A nova casa do assessor Próximo Texto: Outro lado: Gledson e tio não comentam as acusações Índice | Comunicar Erros |
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