São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2011

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Atos marcados em 19 Estados testam força de redes sociais

Entidades que se dizem apartidárias farão hoje protestos contra corrupção

No Facebook, 130 mil internautas confirmam participação, mas organizadores esperam presença bem menor


DE SÃO PAULO
DO RIO
DE BRASÍLIA


Pela rede social Facebook, grupos que se dizem apartidários organizaram para hoje, feriado de 7 de Setembro, manifestações contra corrupção em cerca de 50 cidades em 19 Estados e no Distrito Federal.
Até ontem, mais de 130 mil pessoas confirmaram presença pelo site, mas, segundo os próprios organizadores, o número de manifestantes nas ruas deve ser bem menor.
O mesmo usuário do Facebook, por exemplo, pode ter confirmado presença em mais de um ato.
Pelo tamanho da mobilização na internet, as passeatas serão um teste importante para a capacidade de mobilização política via redes sociais.
"Nossa expectativa está girando em torno da metade dos confirmados", afirma o bancário Rodrigo Montezuma, organizador da Marcha contra a Corrupção, que acontecerá na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O grupo foi procurado por entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e senadores da oposição, que vão pegar carona nos atos.
Porém, Montezuma e os demais grupos dizem que os protestos não têm relação com partidos políticos.
De acordo com o empresário Walter Magalhães, outro organizador do evento, a marcha ganhou força depois da absolvição pela Câmara da deputada Jaqueline Roriz, flagrada recebendo dinheiro de um empresário de Brasília.
Outras bandeiras comuns são o fim das votações secretas no Congresso, a validação da Lei da Ficha Limpa e as suspeitas de irregularidades no governo Dilma Rousseff.
Em São Paulo, o movimento Nas Ruas fará uma passeata na avenida Paulista no período da tarde, onde outro grupo protestará pela manhã.
O grupo Anonymous, criado por hackers, sugere que os manifestantes usem a máscara popularizada pelo filme "V de Vingança", de 2006.
Já os atos organizados pelo Movimento dos Caras Pintadas propõem reeditar a mobilização que pediu o impeachment do então presidente Fernando Collor, no início dos anos 90, e que serviu de inspiração para o grupo.
O professor de comunicação da FGV Marcelo Coutinho afirma não acreditar que haja uma grande participação. "Em política, é muito mais fácil aglutinar pessoas em causas específicas do que nas causas generalizadas."
O jornalista e professor Caio Túlio Costa concorda, mas ressalta a importância da mobilização via rede social. "É uma nova forma de convocação."
Ele afirma que não é possível fazer uma comparação com as manifestações recentes vistas na Espanha e no Oriente Médio, já que demandas deles têm influência mais direta na vida das pessoas. "A situação política e econômica é outra", diz.


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