São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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Dilma debate homofobia com evangélico

Candidata evitou falar sobre temas religiosos na Baixada Fluminense, mas se reuniu com líder de igreja no Rio

Militantes disseram que Dilma estava cansada e sentiu-se mal, mas campanha alega falta de tempo da candidata

ITALO NOGUEIRA
PEDRO SOARES

DO RIO

Em seu primeiro evento de campanha após o primeiro turno, a candidata Dilma Rousseff (PT) evitou falar em público sobre temas religiosos, mas encontrou-se reservadamente por quase uma hora com líder evangélico.
Afirmou ser contra a legalização do aborto e disse ter restrições à lei de criminalização da homofobia, segundo relato de participantes.
Dilma reuniu-se com o ex-pagodeiro Waguinho (PT do B), candidato ao Senado no Rio com 1,3 milhão de votos e missionário da evangélica Assembleia de Deus dos Últimos Dias, após cancelar parte da carreata de ontem na Baixada Fluminense.
Antes de encontro, ela desfilara em um jipe por Duque de Caxias (Baixada Fluminense). A previsão era que a carreata passasse ainda por São João de Meriti.
A Folha ouviu de organizadores do evento que a agenda seria suspensa porque a candidata "se sentiu mal". Líderes da militância foram informados por rádio que Dilma não iria mais a São João de Meriti por estar "cansada". A assessoria de imprensa alegou falta de tempo de Dilma, que foi a Brasília.

HOMOFOBIA
Na conversa, segundo Waguinho, Dilma reafirmou ser contrária à legalização do aborto e mostrou resistência a parte do PL 122/2006, bandeira do movimento gay para a criminalização da homofobia. O encontro foi em sala reservada da TAM no aeroporto Santos Dumont, no Rio.
"Ela concordou que nada venha a interferir na pregação religiosa. Há algumas questões na PL 122 que fazem exatamente isso. Quer praticamente calar a boca do pastor evangélico que prega que a pessoa homossexual precisa ser tratada, cuidada e amada acima de tudo. Não podemos nos privar de falar isso para as pessoas."
Na entrevista que concedeu ainda na Baixada, porém, Dilma evitou o tema religioso. Disse que o aumento de impostos não é suficiente para resolver o problema do câmbio e falou também sobre saneamento e segurança.


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