São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

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Chefe da Zona Franca de Manaus é acusada de beneficiar irmão

Superintendente de autarquia que concede incentivos a indústrias é alvo de ações por suspeita de improbidade

Defesa de Flávia Grosso nega favorecimento a irmão, que trabalhava em fundação que tinha contrato com a Suframa

KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

A chefe da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Flávia Skrobot Grosso, é acusada de favorecer um irmão que trabalhava em uma fundação beneficiada com dinheiro público.
Ela é alvo de quatro ações civis de improbidade administrativa em contratos e convênios firmados com instituições privadas do Amazonas.

FAMÍLIA
Funcionária de carreira, Flávia Grosso está desde 2003 -com o apoio de PT e PMDB- à frente da autarquia, que concede incentivos fiscais às indústrias da Zona Franca.
As ações abrangem convênios firmados de 2004 a 2008, quando ela aprovou a liberação de R$ 161 milhões para contração de serviços, assessoria técnica e terceirização.
Na ação mais recente, aberta em agosto, Flávia, seu irmão -o empresário Paulo Victor Antony Skrobot- e a FPF, fundação de amparo à pesquisa, respondem por suposta improbidade.
Segundo o Ministério Público Federal, o irmão dela trabalhou na fundação quando a superintendente liberou R$ 2,6 milhões para a FPF.
Há a suspeita de irregularidades na execução de projetos para apoio à produção de açaí em Codajás (AM).
O irmão da superintendente, conforme a investigação, é acusado de ser gestor oculto da agroindústria.
A superintendente da Suframa responde a outras três ações ao lado de outras 17 pessoas. Há suspeitas de irregularidades em licitação, superfaturamento, contratação de funcionários sem concurso público, enriquecimento ilícito e também dano ao patrimônio público.

OUTRO LADO
O advogado Alberto Simonetti Neto, que defende Flávia Grosso, disse que ela não cometeu irregularidade.
"Não há uma ação dolosa da doutora Flávia que tenha causado qualquer prejuízo à Suframa", afirmou.
Em relação às supostas irregularidades nos projetos com a FPF, o advogado disse que não houve favorecimento. O irmão da chefe da Suframa não foi localizado pela reportagem.
A fundação FPF não entrou em contato com a Folha até a conclusão desta edição.
O Ministério do Desenvolvimento, ao qual a Suframa é ligada, disse que aguarda decisão da Justiça Federal sobre as ações.



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