São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Toda Mídia NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br Em meio à tragédia Por volta das 10h na Globo News, surgiu ao vivo o comandante da PM, Djalma Beltrame, se dizendo abalado. "Só uma pessoa fora de qualquer espírito cristão poderia fazer uma loucura dessas." Mais meia hora e um repórter relatou que "Beltrame disse que esse jovem deixou uma carta e que nela há referências à religião muçulmana". A história ecoou. O canal chegou a fazer um debate, com analistas comentando, sobre "islamismo", que "a morte para ele tinha um contexto heróico". E a rádio Band News ouviu, de uma irmã, que ele "só ficava na internet, só falava de negócio de muçulmano". A história chegou até o exterior, mas à tarde foi se apagando. À noite, o "Jornal Nacional" citou que ele tinha "barba enorme, que raspou há dias", e que, segundo um irmão, falava em "destruir um avião como nos EUA". Mas evitou referência a islamismo. Pela manhã, a cobertura abriu com uma imagem de helicóptero, da escola, no meio do "Mais Você", em que Ana Maria Braga debatia bullying. A notícia foi que "pai de aluno entrou atirando" e deixou feridos. A apresentadora retornou e tentou unir, na conversa, o relato sobre o suposto pai com a experiência de uma aluna que sofreu bullying. A história ecoou. Enquanto os feridos passavam para quatro, oito, 11 mortos, a apresentadora Sandra Annenberg surgiu e falou a uma pediatra, já no "Bem Estar": "Estamos só levantando hipóteses. Seria bullying?". E a pediatra: "Não". Mas a história ecoou mais e mais. Aids Do G1, no fim do dia, "a carta deixada pelo atirador não menciona que ele teria o vírus HIV". É que, "em entrevista ao meio-dia, o subprefeito da Zona Oeste havia afirmado que conteria essa informação", mas "assessor alega que jornalistas entenderam errado". "Spin" No iG, o senador Renan Calheiros, que fez campanha contra armas no referendo de 2005, saiu dizendo que "o que ocorreu no Rio é um fenômeno novo no Brasil, mas talvez não tivesse ocorrido se fosse outro o resultado". Foi assunto de debates o dia todo. //VIOLÊNCIA RARA Pela manhã, o massacre no Rio foi manchete on-line dos britânicos "Guardian" e "Telegraph" aos argentinos "La Nación" e "Clarín", passando pelo francês "Le Figaro" e outros. Também ecoou na transmissão e nos sites dos canais de notícias globais Al Jazeera, BBC World e CNN. O "Wall Street Journal", que deu na home o dia todo, disse que "a tragédia choca a sociedade brasileira, onde a violência contra crianças é rara". O "New York Times" só entrou com relato próprio no fim do dia, com Dilma dizendo que "esse crime não é característico do nosso país". //BRASIL DESISTE? Ao longo do dia, Reuters e outras alertavam mundo afora para nova entrevista convocada pelo ministro Guido Mantega. À noite ele anunciou o aumento no IOF para pessoa física e tomou manchetes da Folha.com ao G1, no Brasil. E ocupou o alto da home do "WSJ", menos pela medida, que teria por alvo a inflação, não o câmbio, e mais pela declaração de que já não tem o que fazer para conter a alta do real. No enunciado, "Brasil desiste de conter câmbio".
//ESTATAIS & ESTATAIS O "Valor" adiantou ontem parte dos "resultados concretos" prometidos pela China para a visita de Dilma, na semana que vem. Seriam fechados acordos da Petrobras com as estatais Sinochem e Sinopec, para produzir petróleo em terra e no mar, e da Eletrobras com a estatal State Grid, para geração de energia. Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br Texto Anterior: Foco: Presidente da Câmara leva seu filho e Romário a viagem oficial Próximo Texto: Governo dobra imposto de crédito pessoal Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |