São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

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Partido de Kassab tem viés pró-Dilma em 12 Estados

No PSD, mesmo estrelas da oposição preferem o rótulo de "independentes"

Tendência governista se repete na bancada da nova legenda; entre os seus 42 deputados, terá até um sobrinho de ACM

VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

Definido pelo prefeito Gilberto Kassab como "nem de direita nem de esquerda nem de centro", o PSD (Partido Social Democrático) nasce com claro viés pró-governo. Das 23 unidades da federação onde está formado, em 12 o comando é de aliados da presidente Dilma Rousseff.
No mapa do DNA do novo partido, a Folha considerou "oposicionistas" as seções capitaneadas por notórios críticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
São seis: São Paulo (Kassab e o vice-governador Guilherme Afif Domingos), Rio de Janeiro (Indio da Costa, ex-vice de José Serra), Santa Catarina (o governador Raimundo Colombo), Paraná (o ruralista Eduardo Sciarra), Tocantins (a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA) e Goiás (Vilmar Rocha, secretário de Marconi Perillo).
Mesmo nessas seções, os caciques preferem o rótulo de "independentes". "Eu sou identificado com a oposição, porque fui candidato a vice do Serra. Mas tudo o que eu defendi a Dilma está fazendo: privatização de aeroportos, defesa dos direitos humanos", diz Indio da Costa.
Ele segue: "O PSD é uma criança que ainda está na barriga da mãe. Não seremos do contra, como muita gente na oposição. O que for a favor do Brasil, apoiaremos."
Há cinco Estados considerados "neutros", seja porque o comando está com não políticos -como em Minas, onde será presidido por um empresário-, seja porque ainda não está claro como os caciques vão se comportar.

VOTO "SIM"
Há quatro unidades, entre elas o DF, onde o PSD ainda não tomou corpo.
Quando se analisa a bancada na Câmara -de 42 deputados, pela lista mais atualizada-, a orientação pró-Dilma é mais clara.
Mesmo os dissidentes de partidos como DEM e PSDB aportam na sigla idealizada por Kassab com a disposição de votar a favor do governo.
Na Bahia, por exemplo, os seis deputados que aderiram devem seguir a orientação do vice-governador Otto Alencar, ex-PP e aliado do governador Jaques Wagner.
O rol de neogovernistas inclui até um sobrinho de Antonio Carlos Magalhães, Paulo Magalhães. O PT baiano sempre se opôs ao carlismo.
Na Paraíba, o líder do PSD será o vice-governador Rômulo Gouveia, que deixou o PSDB para ficar ao lado do governador Ricardo Coutinho (PSB) e de Dilma.
Em Mato Grosso, o vice-governador Chico Daltro, ex-PP, comandará uma das maiores bancadas: um senador de saída do DEM e três federais, todos dispostos a rezar pela cartilha dilmista.
Para Kassab, a diversidade ideológica é natural nessa fase inicial do partido, cuja composição é heterogênea.
"O ano de afirmação do PSD, de sua consolidação, será 2018, quando já teremos passado por duas eleições e será possível fechar uma posição única", diz o prefeito.
Para 2012 e 2014 vai vigorar a política de alianças, já que o partido não terá tempo de TV nem fundo partidário. A ordem na sucessão presidencial é clonar o PMDB: liberar as seções estaduais para apoiar a reeleição de Dilma ou o candidato do PSDB, sem fechar questão.


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