São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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A SEGUNDA QUEDA

Casa Civil fica mais "técnica" com Gleisi

Dilma quer que pasta reduza caráter de articulação política e retome foco na gestão das demandas do Executivo

Segundo assessores, presidente procurava perfil similar ao que ela própria foi para Lula e aposta na senadora


Sérgio Lima/Folhapress
Gleisi Hoffmann (PT-PR), indicada por Dilma para a chefia da Casa Civil, durante entrevista

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff decidiu mudar o perfil da Casa Civil ao escolher a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para o lugar de Antonio Palocci. A nova auxiliar toma posse hoje com a missão de executar uma atuação mais técnica, com foco na gestão do Executivo federal.
Segundo o novo desenho elaborado no Planalto, a presidente nomeará, em breve, novo articulador político, dando mais poderes para a Secretaria de Relações Institucionais.
Hoje sob o comando de Luiz Sérgio (PT-RJ), a pasta ficou esvaziada com os superpoderes de Palocci.
Dilma avaliou que não funcionou centralizar na Casa Civil as funções de gestão e de articulação política e, como antecipou a Folha, decidiu retomar o modelo que vigorou no governo Lula -quando ocupou o mesmo cargo de Palocci.
Segundo assessores, ela procurava uma "Dilma da Dilma" e acredita que Gleisi pode cumprir esse papel.
Petistas e interlocutores do Planalto já procuram um nome para substituir Sérgio. O mais provável é que o novo articulador político venha de uma das bancadas do PT no Congresso. O objetivo é fortalecer o diálogo com a base aliada e dar poder de fato para o futuro ministro.
O PMDB, que também almeja a vaga, deve fazer acenos nos próximos dias manifestando esse desejo.

PERFIL HÍBRIDO
Ao contrário de Dilma quando assumiu a Casa Civil, Gleisi tem perfil híbrido, e pode ajudar nas negociações políticas com o Congresso. Ela disse que sua missão será cuidar da gestão de governo.
A crise acabou sendo pedagógica para Dilma. Por determinação dela, não haverá mais a figura de um "superministro".
No governo Lula, a divisão de poder entre ministros era bipolar. No primeiro mandato, José Dirceu, à época na Casa Civil, antagonizava com Palocci, então na Fazenda.
Quando o primeiro caiu, o ex-presidente nomeou Dilma para o mesmo papel, tanto que ela e Palocci se desentenderam sobre política econômica. (NATUZA NERY, VALDO CRUZ, ANA FLOR, CÁTIA SEABRA E MARIA CLARA CABRAL)


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