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PM e grevistas do Judiciário entram em confronto em SP
Major diz que polícia foi acuada; servidores afirmam que reagiram a spray de pimenta
FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO
Servidores do Judiciário
paulista em greve e a tropa de
choque da Polícia Militar entraram em confronto na tarde
de ontem em frente ao Fórum
João Mendes, na região central de São Paulo.
O enfrentamento ocorreu
quando aproximadamente
500 grevistas, segundo informação da PM, davam os braços para tentar impedir que
as pessoas entrassem ou
saíssem do fórum por cerca
de 30 minutos.
A polícia usou spray de pimenta, bombas de efeito moral e realizou disparos de balas de borracha para dispersar os manifestantes.
"Utilizamos os meios necessários", disse o major
Marco Antonio Ragen Torres,
responsável pelo policiamento. Segundo ele, a PM foi
acuada e atacada com pedras, e tinha a obrigação de
zelar pelo livre trânsito dos
passantes.
Na versão dos grevistas, o
tumulto começou porque policiais jogaram spray de pimenta nos manifestantes
que se aproximavam das grades que cercam o fórum.
Segundo o presidente da
Assetj (associação dos servidores do Tribunal de Justiça),
José Gozze, os ânimos se acirraram quando os servidores
começaram a empurrar as
grades do prédio.
De acordo com ele, a PM,
então, respondeu com bombas de efeito moral e balas de
borracha.
Após o confronto, vários
manifestantes apresentavam
ferimentos por causa dos disparos ou tinham os olhos lacrimejantes pelo efeito do
gás. A ação durou cerca de
cinco minutos.
"Esse major é completamente despreparado", disse
Gozze, indignado.
ASSEMBLEIA
A ação ocorreu depois que
os servidores fizeram uma
nova assembleia na praça
João Mendes, onde eles se
reúnem todas as quartas-feiras desde que a greve começou, em 28 de abril.
Antes da assembleia, os
grevistas se encontraram
com representantes do Tribunal de Justiça de São Paulo, que não fizeram nenhuma
nova proposta.
O tribunal diz que não
ofertará nenhum novo valor
de reajuste salarial enquanto
a greve perdurar. Os grevistas pedem 20,16% de reposição imediata.
O TJ propõe 4,77% em projeto de lei a ser enviado para
a Assembleia Legislativa,
além de 20,16% de reajuste a
ser inseridos na proposta orçamentária de 2011.
Os servidores alegam que
não têm garantias de que o
aumento será efetivamente
concedido no ano que vem.
Na semana passada, a
OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) estimou que a
greve dos servidores do Judiciário paulista já havia represado 240 mil processos, feito
com que 82 mil audiências
deixassem de ser realizadas,
e impedido que 192 mil sentenças fossem preferidas.
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