São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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Marina sai e pode pedir votos contra PV

Ex-presidenciável diz que apoiará candidatos de outros partidos que se comprometerem com suas plataformas

"Não é hora de ser pragmático, é hora de ser sonhático", afirma ex-senadora, que deve tentar Planalto em 2014


Marlene Bergamo/Folhapress
A ex-senadora Marina Silva, durante evento em São Paulo em que anunciou a saída do PV

ITALO NOGUEIRA
EM SÃO PAULO

A ex-senadora Marina Silva disse ontem, ao formalizar sua desfiliação do PV, que apoiará candidatos de outros partidos que se comprometam com suas plataformas.
Isso deve levá-la a pedir votos contra políticos do PV nas eleições municipais de 2012, quando os integrantes do seu grupo ainda estarão sem uma nova legenda.
Alguns "marineiros" permanecem na sigla para evitar perda de mandato por infidelidade partidária. O PV continuará sob a presidência do deputado José Luiz Penna (SP), no cargo há 12 anos.
"Não sou muito boa para pedir votos para mim, mas excelente para conseguir votos para os outros", disse Marina ontem, em São Paulo.
A ex-senadora recebeu 19,6 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010, mas foi derrotada na tentativa de instalar um aliado para chefiar a legenda.
"Estaremos todos juntos, inclusive com pessoas de outros partidos, ou sem nenhum partido", disse ela. "Não é hora de ser pragmático, é hora de ser sonhático e de agir pelos nossos sonhos."
O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), que entregou os cargos de direção no partido em apoio a Marina, mas não saiu da legenda, sinalizou que poderá fazer campanha contra candidatos da sigla que considere fisiológicos. Ele citou casos de MT, RO, AM e DF.
"Quando se está no partido, há um constrangimento em não os apoiar e apoiar outros que tenham compromisso com o nosso programa. Afastado, tenho liberdade de chegar a um município e, para a base do PV, dizer para não votar num candidato a vereador ou a prefeito porque, mesmo filiado ao PV, é um pilantra", disse Sirkis.
Marina, que deve iniciar em 2012 a coleta de assinaturas para fundar uma nova legenda, evitou ataques diretos a Penna, mas disse ter enfrentado "dificuldades, maledicências e armadilhas".
"A experiência no PV serviu para sentir até que ponto o sistema político está empedernido e sem capacidade de abrir-se para sua própria renovação", disse ela.
A ex-senadora desconversou sobre o plano, admitido por aliados, de ser candidata ao Planalto de novo em 2014. "Se digo que não sei, não posso dizer que não sou."
Em nota, a direção do PV afirmou que prepara "atualização programática" e classifica as críticas de Marina ao partido como "polêmica artificialmente inflada".
O texto foi assinado pela Executiva Nacional, controlada por Penna, e divulgado pela assessoria do deputado Sarney Filho (PV-MA).


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