São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2010

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OUTRO LADO

Deputados admitem reembolsar Câmara

Parlamentares vão ressarcir Casa por uso de escritório; sobre combustível, dizem que gasto foi com mandato

DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

O deputado Alexandre Cardoso (PSB) confirmou que chegou a guardar material de campanha no seu escritório, mas, após ser questionado pela reportagem, enviou ofício à Câmara pedindo a devolução do valor.
"Consultei a Câmara e, como se trata de uma linha tênue, pedi o descredenciamento do escritório para reembolso", afirmou.
Arolde de Oliveira (DEM) também disse que reembolsará a Câmara se comprovado o equívoco. "Tenho a preocupação de que não ocorra. Mas, se aconteceu, vamos corrigir", afirmou.
Sobre a coincidência no endereço do CNPJ do comitê e do escritório, disse que pretende corrigir. A saudação eleitoral da telefonista foi interrompida anteontem. "[A saudação] ocorreu porque a secretária no escritório era uma só", afirmou.
Embora a Folha tenha flagrado a retirada de folhetos da campanha em seu escritório, a assessoria de Jorge Bittar (PT) negou o ocorrido e argumentou que todo o material está armazenado em um galpão no bairro de Benfica (zona norte do Rio).
José Genoino (PT) afirmou que os móveis pagos em julho pela Câmara se referiam ao mês anterior. Mas, informado que a nota fiscal tinha vigência até o dia 15 de julho -a campanha teve início no dia 6 de julho-, rebateu via assessoria dizendo que, "para ele, a campanha efetiva só teve início no dia 19".
Gustavo Bocaleti, advogado do deputado Guilherme Campos (DEM), argumentou que o endereço do gabinete em Campinas coincidir com o CNPJ eleitoral ocorreu porque o imóvel tem diferentes utilidades. "É um espaço onde existe o escritório do deputado e, num espaço à parte, na verdade uma salinha, funciona a sede do DEM de Campinas", disse. "É uma edícula", completou.
Questionado se não haveria conflito, já que no mesmo imóvel pode se receber doações eleitorais, ele rechaçou: "Nossas contas nunca foram rejeitadas pela Justiça Eleitoral. As despesas não se confundem".

COMBUSTÍVEL
A Folha enviou e-mails para os gabinetes dos 58 deputados que usaram o limite da verba de combustível em julho. A maioria adotou discurso padrão para se justificar: apesar do início da campanha, os gastos foram em atividades parlamentares.
"Mesmo de recesso, continuamos o trabalho do gabinete e também do escritório em Brasília, onde viemos durante todo o mês, mesmo o Congresso estando em recesso", afirmou Silas Brasileiro (PMDB-MG).
"O uso do combustível nesse período deu-se em razão das inúmeras atividades parlamentares na microrregião Grande Ariquemes, nossa base", disse Ernandes Amorim (PTB-RO). (SN E RB)


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