São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

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PF deve convocar Erenice para depor nos próximos dias

Ministério Público vai pedir autorização para analisar todo o conteúdo do computador usado pela ex-ministra

Os computadores da ex-ministra e de dois ex-assessores ligados a Israel, filho de Erenice, já tinham sido lacrados

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-ministra e braço direito de Dilma Rousseff na Casa Civil, Erenice Guerra se tornou um dos alvos centrais da Polícia Federal no inquérito que apura a prática de lobby e tráfico de influência nas dependências do Planalto.
Entre hoje e a semana que vem, o Ministério Público vai requisitar à Justiça autorização para que a PF possa copiar e analisar todo o conteúdo do computador usado por Erenice na Casa Civil.
Nos próximos dias, a ex-ministra será chamada a depor e, muito provavelmente, a PF também pedirá a quebra de seu sigilo telefônico.
Essas medidas serão estendidas a Vinícius Castro, ex-assessor de Erenice, e Stevan Kanezevic, que também trabalhava na Casa Civil. Os dois são amigos de Israel Guerra, filho de Erenice suspeito de operar um esquema de favorecimento a empresas na administração federal.
Os computadores de Erenice e dos outros dois já haviam sido lacrados pela sindicância interna aberta pela Casa Civil. Ontem, a PF encaminhou ao Ministério Público Federal no Distrito Federal o pedido para periciar as máquinas. Cabe agora à procuradora Luciana Martins solicitar à Justiça a autorização.
A PF ainda não decidiu quando chamará Erenice a depor. Isso pode ocorrer em breve ou só após a perícia nos computadores e a provável quebra de sigilos telefônicos.
No último caso, a medida não abrangerá grampo, mas os extratos das chamadas feitas e recebidas pelos investigados. A PF quer saber com quem eles falaram na época em que teria havido tráfico de influência na Casa Civil.
A PF também vai solicitar os registros de entrada do prédio onde fica o escritório do advogado Márcio Luiz Silva, responsável pela área jurídica da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.
Foi no escritório de Silva, no Brasília Shopping, que parentes de Erenice se reuniram com clientes em busca de negócios com o governo.

SIGILO
A PF está prestes a concluir a primeira etapa da investigação sobre a quebra do sigilo fiscal de familiares e pessoas ligadas a José Serra.
A polícia já mapeou toda a cadeia de compra e venda de dados fiscais que funcionava na agência da Receita em Mauá (SP), onde os dados dos tucanos foram violados.
A polícia já sabe quem teria levado de São Paulo para Brasília as declarações de IR do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas.


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