São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2011

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Meirelles se filia ao PSD e vira opção de Kassab para SP

Ex-presidente do BC trocou ontem o PMDB pela sigla do prefeito paulistano e agora é cotado para sua sucessão

Novo filiado coordenará programa econômico do partido e ajudará a legenda a fazer contatos no mercado financeiro

DANIELA LIMA

DE SÃO PAULO

ANDRÉIA SADI
DE BRASÍLIA

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles se filiou ontem ao PSD, partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e passou a figurar na lista de pré-candidatos da nova sigla à sua sucessão.
A articulação para atrair Meirelles foi deflagrada pelo prefeito em março deste ano.
O ex-presidente do BC estava descontente com o espaço que tinha em seu antigo partido, o PMDB, e no governo da presidente Dilma Rousseff, o que abriu caminho para a negociação.
Com a filiação, Meirelles será uma espécie de "plano B" para o prefeito Gilberto Kassab, que tenta articular uma aliança com o PSDB paulistano para as próximas eleições municipais.
A nova sigla também conta com ele para ampliar a capacidade de arrecadação de recursos para a próxima campanha, graças à proximidade com o setor financeiro. Meirelles será uma espécie de carta na manga do PSD, já que Kassab trabalha para convencer os tucanos a apoiar o vice-governador Guilherme Afif Domingos, seu candidato "número um" à sucessão.
Para aliados, a entrada dele não muda a predileção de Kassab por Afif, mas dá ao prefeito uma alternativa "de peso" nas eleições.
"O Meirelles é importante no cenário político. Se candidato, muda o eixo da campanha", afirmou o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz.
Kassabistas avaliam que a participação dele na campanha municipal esvaziaria o discurso de candidato que disputar pelo PT, adversário na capital. "Lula passou oito anos dizendo que o Meirelles segurou a economia no Brasil", completou Queiroz.
Com a filiação, Kassab poderá testar a recepção ao nome dele em São Paulo.
Além de assinar a ficha do PSD, o ex-presidente do BC mudou seu título eleitoral de Goiânia para São Paulo -exigência legal para que possa ser candidato à sucessão.
Meirelles assumirá o capítulo econômico do programa do PSD. O partido espera que a entrada dele dê "substância" à nova sigla.

MÁGOA
Henrique Meirelles deixou o PMDB sem dar satisfações ao vice-presidente da República e presidente licenciado da sigla, Michel Temer.
A saída, no entanto, não chegou a ser uma surpresa. "Ele nunca foi peemedebista. Só veio para tentar ser candidato", afirmou o senador Valdir Raupp, presidente nacional do PMDB.
Em 2002, Meirelles se elegeu deputado federal pelo PSDB, em 2002, mas foi chamado por Lula para o BC. Em 2009, visando ser o vice na chapa do PT à Presidência da República, filiou-se ao PMDB, mas foi descartado pela sigla.
Com a presidente eleita, Lula fez campanha para que ele permanecesse à frente do Banco Central, mas também não teve sucesso.


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