São Paulo, segunda-feira, 08 de novembro de 2010

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

"Grrrrrrrrr"

Sob o título "O passo em falso do Fed", o Council on Foreign Relations avalia que a inundação de dólares decidida no banco central tirou dos EUA "autoridade moral" para obter uma "paz cambial" no G20. Citando Alemanha, Brasil, China, o "Guardian" prevê "duelo no G20". O "Wall Street Journal" já fala em "revolta global". Em texto à parte, deu o enunciado "Líderes globais: Grrrrrrrrr". Na AP, até o assessor de Obama, Paul Volcker, criticou. Listando Alemanha, Brasil, China e um assessor do primeiro-ministro da Índia, o "New York Times" noticiou a "tentativa" de defesa do secretário do Tesouro e do presidente do Fed.

 


Fechando o domingo, o "Financial Times" deu manchete para Robert Zoellick, do Banco Mundial, que propôs ao G20 um "padrão ouro modificado". Ele "expressa inquietude com o sistema internacional", diante da "guerra cambial" entre EUA e China.
Por outro lado, após dias atacando o Fed, Pequim soltou nota ontem "suavizando" a sua posição.

China reage O "China Securities Journal", da agência estatal Xinhua, deu editorial defendendo que a China eleve juros para resistir ao risco inflacionário do influxo de dólares "direcionado pela flexibilização dos EUA" _aconselhando "não esquecer a lição do Japão", que não enfrentou o problema nos anos 80 e paga até hoje.

Brasil reage O iG anotou, citando Guido Mantega, que os EUA já têm hoje seu maior superavit proporcional no mundo com o Brasil. Reuters e Dow Jones, por outro lado, ecoaram notícia do "Estado", negada por Mantega, de que o país poderia até reintroduzir o Imposto de Renda para estrangeiros que aplicam em títulos públicos.

online.barrons.com
ADEUS, DÓLAR
O "Barron's", semanário do "WSJ", dedica capa e longa reportagem à "Aposta certa da China" _que está abandonando os títulos do Tesouro dos EUA e "comprando ativos ao redor do mundo", Brasil inclusive

CHINA & BRASIL
O "FT" deu relatório da Standard & Poor's, intitulado "Qual é a importância da China para o Brasil?". Diz que na última década as exportações brasileiras cresceram 18 vezes, mas que a relação é "mais complexa" -sublinhando que desde 2005 o "motor do crescimento" são o investimento e o consumo internos.
Mas Jim O'Neill, do Goldman Sachs, voltou a afirmar que na próxima década "o grande C nos Brics", a China, será o maior indutor do crescimento mundial.

ÁSIA & DILMA
Dilma Rousseff deu entrevista à CNN, que destacou a declaração "Não acreditamos em guerra como método para resolver os conflitos", Irã inclusive.
No final da semana, sua eleição foi saudada no Qatar, em editorial do "Peninsula" -dizendo que, com o Brasil "ator global", ela terá que "provar destreza no mundo traiçoeiro da política externa", mas "não será difícil, afinal, tem a bênção e a orientação de Lula".
Na Índia, editorial no "Hindu" e coluna no "Times" sublinharam que Dilma vai apostar nos grupos Bric e Ibsa, que os dois países formaram juntos.
No Japão, longo editorial do "Asahi Shimbun" avisou que o Brasil "é pró-Japão", mas anda distante. Cobrou que Tóquio "fortaleça os laços" para ter "maior influência na comunidade mundial", Brics inclusive.

Da "Nation" Porta-voz "progressista" histórico nos EUA, a revista "The Nation" deu longa análise de Kenneth Rapoza sobre a vitória de Dilma, enfatizando a origem marxista e sua conversão ao "pragmatismo" de Lula, que levou a "um novo país" e ajudou a encerrar o Consenso de Washington.

Do grupo Eurásia Em artigo no "International Herald Tribune", Ian Bremmer e Chris Garman, da consultoria de estratégia Eurasia, questionam os temores do "mercado" sobre Dilma, elogiam seu "pragmatismo" e o papel que ela e Luciano Coutinho tiveram para diluir o impacto da crise externa no país.

COUTINHO LÁ
Dado como nome para a Fazenda, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, começa a ser perfilado na cobertura financeira.
A Bloomberg, em longo texto, ironiza que ele agora "poderá ter que ajudar Dilma a conter gastos". Detalha seu currículo acadêmico e entrevista até o orientador na Universidade Cornell, que compara suas ideias às de Paul Krugman; aborda sua passagem pelo mercado. e encerra com a descrição de Albert Fishlow, de que Coutinho é "menos doutrinário".
A revista "Euromoney" foca seu papel no BNDES, tornado "grande demais". Já a revista americana "Latin Trade", que elegeu Coutinho "o banqueiro do ano", conseguiu entrevista. E ele próprio afirma ser um híbrido de "teoria e prática".

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@ - Nelson de Sá


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