São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Sem aval da CUT, centrais manifestam apoio a Lupi

Entidades, que receberam dinheiro do governo federal, defendem ministro

Nota divulgada diz que acusação de que assessores da pasta cobrariam propina é 'campanha difamatória'

DE BRASÍLIA

Nota de apoio ao ministro Carlos Lupi (Trabalho) divulgada ontem por centrais sindicais traz a assinatura de duas entidades cujas filiadas receberam ao menos R$ 38 milhões da pasta para cursos de capacitação de mão de obra. A nota diz que o ministro é alvo de "sórdida e explícita campanha difamatória e de implacável perseguição". Reportagem da revista "Veja" diz que assessores dele cobravam propina de ONGs.
Desde 2007, quem mais recebeu verbas da pasta foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, que obteve R$ 19,8 milhões. Ela é filiada à Força Sindical, presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, companheiro de Lupi no PDT. A Força não comentou.
Outro exemplo é o do Sindicato dos Oficiais Alfaiates e Costureiras do Rio, que ganhou R$ 5,5 milhões do ministério. Ele é filiado à UGT (União Geral dos Trabalhadores), signatária da nota. "Não há conflito de interesses. O trabalho desenvolvido pelo sindicato, de qualificação, é importante e bem-feito", disse o presidente da UGT, Ricardo Patah.
Outras três entidades assinaram a nota. Maior central sindical, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) não tem filiadas na lista dos maiores beneficiados pelas verbas e não endossou o texto.
"Não pode favorecer um partido ou uma central sindical, o que, ao que parece, está acontecendo em vários ministérios, inclusive no do Trabalho", disse o petista Artur Henrique, presidente da CUT.

INVESTIGAÇÕES
Carlos Lupi participou ontem de reunião no Palácio do Planalto. Hoje, ele vai encontrar com a bancada do PDT. A pedido de Lupi, o ministo da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou à Polícia Federal que investigue as denúncias de irregularidades no Ministério do Trabalho.
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu abrir um processo preliminar contra Lupi, o que não significa que ele esteja sendo formalmente investigado. O ministro terá de apresentar explicações e, aí sim, a comissão decidirá se o investigará. O deputado Miro Teixeira (RJ), que também é do PDT, promete ingressar na Justiça para pedir que o Ministério do Trabalho seja investigado.


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