São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011

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TV Cultura deve gastar R$ 6 mi com demissões

Funcionários temem mais baixas na emissora

KEILA JIMENEZ
COLUNISTA DA FOLHA

Um dia após a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, anunciar a demissão de 150 funcionários, o clima de tensão toma conta da emissora. Internamente comenta-se que o número deve chegar a 200 até o final do mês. Há muitos funcionários em férias, que serão avisados do desligamento quando voltarem.
"Se a direção da emissora quer que 70% da grade de programação seja produzida por terceiros, é provável que outros funcionários sejam dispensados", diz o Sérgio Ipoldo, diretor do Sindicado dos Radialistas.
A Folha apurou que, só com essa leva, a Cultura vai gastar cerca de R$ 6 milhões com verbas rescisórias.
A maior parte desse dinheiro, R$ 4 milhões, veio de verba suplementar liberada pela Secretaria da Fazenda.
O corte atingiu todas as áreas da emissora -passando por produção, jornalismo, administrativo, parte de técnica e direção.
Na segunda-feira, foram dispensados 53 profissionais da emissora. Os demais serão comunicados da demissão ao longo da semana.
Os salários dos funcionários cortados vão de R$ 2 mil a R$ 30 mil reais, e as dispensas envolvem cargos de confiança e pessoas com mais de dez anos de casa.
As partes administrativa e de cargos ligados à gestão anterior, de Paulo Markun, também sofrearam baixas importantes. Entre elas, a que chama mais atenção entre os funcionários é a saída de Celso Tadeu, diretor administrativo levado para o canal em 2009, por Markun.
Várias atrações, como o "Vitrine", perderam produtores antigos. O "Zoom" deixará de ser programa para virar quadro no "Metrópolis".
Procurada, a Cultura, via assessoria de imprensa, diz que não haverá mais demissões e que nenhum programa sairá do ar.
A reestruturação envolve também o encerramento de serviços terceirizados da Fundação Padre Anchieta, como gravações para a TV Assembleia. "Em janeiro, foi feita uma reunião com funcionários e dirigentes dos sindicatos dos Radialistas e dos Jornalistas, e a Fundac [Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação] se comprometeu a contratar todos os 96 funcionários, com um ano de estabilidade", contou Ipoldo.

Colaborou Guilherme Brendler.


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