São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

TODA MÍDIA

NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

Sinal chinês?

O jornal estatal chinês "Global Times" noticiou que "Brasil e EUA vão trabalhar juntos por uma economia mundial mais estável". Era o despacho da agência Xinhua sobre a reunião do ministro da Fazenda com o secretário do Tesouro. Sublinhava que, nas palavras do americano, seus países estão "fundamentalmente alinhados". Paralelamente, a mesma Xinhua noticiou que o "Brasil se transforma em grande fornecedor de commodities para Guangdong", a província que virou "a potência econômica do Sul da China".
Meio do dia, saiu a notícia de que a China elevou os juros para combater a inflação. Na análise do banco de investimento RBC, destaque no "Financial Times", foi também para "sinalizar uma maior vontade de Pequim em tolerar o fortalecimento do yuan", a desvalorizada moeda que alinhou Brasil e EUA.

"BIKINI WARS"
video.ft.com
Na home, a China vermelha contra o biquíni brasileiro
A BBC lançou a expressão "guerra do biquíni" em sua série sobre os efeitos da presença crescente da China no comércio mundial. Mais precisamente, sobre os efeitos no Brasil. Entrevistou Eike Batista, porta-bandeira do capital chinês no país, mas também Maria Helena Victer, pioneira na produção de biquínis no Rio, que descreve os chineses como seus "maiores concorrentes", hoje.
Daí para a home do "FT", com o enunciado acima e a avaliação, de seu editor de Investimento, de que "os produtores de biquínis estão sofrendo na mão da competição devido à desvalorização" da moeda chinesa. Ou seja, o mundo passa "da guerra cambial para a guerra do biquíni". Alerta que a valorização "seria do interesse da China".

Pragmatismo
Jonathan Wheatley, do "FT", avalia como "pragmática" a recente aproximação de Dilma Rousseff dos EUA, distanciando-se da China. Mas cobra uma maior competitividade interna, como saída real para a armadilha do câmbio.

Ou loucura
Joe Leahy, também do "FT", fala em "loucura" para descrever os movimentos do Brasil em relação ao "cliente" chinês. Mas anota que só o país poderia ousar elevar a voz, ao lado dos EUA, por ser "indispensável" à China.

OBAMA & DILMA & CHÁVEZ
Se de um lado se vincula aos EUA, acenando até com a compra do F-18 da Boeing, segundo a Reuters, de outro Dilma vai ao venezuelano Hugo Chávez. A AP destacou, da visita do chanceler Antonio Patriota a Caracas, que "Chávez vai encontrar Rousseff para aprofundar vínculos", em áreas como telecomunicações.
Já a Bloomberg ressaltou declaração do chanceler, de que sua presença buscou "reafirmar o compromisso do Brasil de fortalecer a relação bilateral". A agência financeira anota que o Brasil já é o terceiro parceiro comercial da Venezuela, atrás dos EUA e da China.

LULA NA ÁFRICA
A estatal Voz da América, atenta ao Fórum Social Mundial, no Senegal, noticia que a "América Latina está impulsionando as relações com a África". Abrindo foto de Lula, diz que ele "estabeleceu um exemplo que outros estão seguindo". Para um analista do grupo Eurasia, o Brasil "lidera o ataque", em "grande oportunidade para os governos africanos", por trazer menos "peso do que a China". O "Christian Science Monitor", na mesma linha, fala de "um novo alinhamento" estratégico regional.
Foi na África, ano passado, que Lula lançou as primeiras críticas do Brasil à China, por descuidar dos operários africanos.

A PRAÇA REAGE
huffingtonpost.com
HuffPost questiona o "tempo" dado por Obama a Mubarak, na manchete
O "Los Angeles Times" destacou no papel que os "EUA desistem de mudança rápida no Egito", em "estratégia para mostrar lealdade a outros aliados do Oriente Médio", como vinha cobrando Israel. Foi o que repercutiu na cobertura dos EUA desde a manhã, em agregadores como Huffington Post e o Playbook. O site do "New York Times" acrescentou depois que, para o governo Obama, "a reforma está no caminho certo".
Mas a praça Tahrir encheu de novo, ao vivo pela Al Jazeera e chegando à manchete on-line de "Wall Street Journal". E no fim do dia até o "NYT" cedeu. Primeiro, tentou creditar a reação a um funcionário do Google. Depois, na manchete, admitiu que o "Protesto cresce em rejeição às limitadas reformas no Egito".

Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


Texto Anterior: Outro lado: Acusações são "armação escusa", afirma Gilvam
Próximo Texto: Governador por 10 dias deu pensão à viúva de interino
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.