São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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Mensalão pode gerar mais 11 inquéritos

Polícia Federal quer ampliar as investigações em busca de beneficiários de mais R$ 6,3 milhões do esquema

Relatório aponta indício de participação de, pelo menos, mais 17 pessoas além das 38 que já respondem a ação penal


FERNANDA ODILLA
ANDREZA MATAIS
FILIPE COUTINHO

DE BRASÍLIA

No relatório em que mostra a origem do dinheiro do mensalão, a Polícia Federal pede à Procuradoria-Geral da República a abertura de 11 inquéritos para investigar o destino de R$ 6,3 milhões repassados pelas empresas do acusado de ser operador do esquema.
A PF também sugere ampliar outras oito investigações já em curso, além de solicitar ao Ministério Público dezenas de diligências em busca de identificar novos destinatários dos recursos.
O relatório da PF aponta indícios de participação no esquema de, pelo menos, mais 17 pessoas além das 38 que já respondem a ação penal que tramita no STF.
A maior parte dos pedidos é para investigar pessoas físicas e jurídicas que, segundo a PF, não foram localizadas ou não justificaram repasses feitos pelas agências de Marcos Valério -acusado de ser operador do mensalão.
A polícia quer saber se elas foram usadas para ocultar os reais destinatários de recursos supostamente desviados do Fundo Visanet, criado por vários bancos para promover a bandeira de cartões Visa.
De 2001 a 2005, R$ 91,9 milhões foram repassados pelo BB à empresa DNA Propaganda, de Marcos Valério.
Os repasses que a PF coloca sob suspeita foram feitos entre 2003 e 2005. Em fevereiro deste ano o delegado Luís Flávio Zampronha, responsável pela investigação, apresentou relatório com conclusões e pedidos de novas apurações.
O documento está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República. O relatório diz que investigações "revelaram a transferência de recursos para empresas envolvidas com práticas de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, utilizadas para ocultar o destino e, consequentemente, os verdadeiros beneficiados".
Uma delas é a Contibrasil Comércio e Exportações de Grãos Ltda. que, segundo a PF, recebeu R$ 1,2 milhão em sete repasses das empresas de Valério entre 2004 e 2005.
Segundo o relatório, a empresa não conseguiu justificar os sete pagamentos solicitados pela PF. Chamou a atenção da PF o fato de um dos sócios da empresa ter o endereço em paraíso fiscal.
A PF também quer saber o destino de R$ 2,9 milhões recebidos pela SMPB da Brasil Telecom, que foram redistribuídos a outras empresas.

Colaborou RUBENS VALENTE, de Brasília

FOLHA.com
Leia a íntegra do relatório
folha.com.br/1109812


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