São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2011

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FOCO

Livro sobre governo Lula não será chapa-branca, diz Morais

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

O biógrafo de Olga Benário, Assis Chateaubriand e Paulo Coelho agora vai assinar a história oficial do governo Lula (2003-2010).
Autor de best-sellers premiados, Fernando Morais foi convidado pelo ex-presidente para organizar um livro sobre seus dois mandatos.
Ele diz que o modelo da narrativa ainda não foi definido, mas deixa claro que a obra reproduzirá sua simpatia pelo protagonista.
"Estou muito animado. Gosto do Lula, fiz campanha para ele. É um personagem fascinante, que pôs o Brasil em outro patamar", exalta.
"Ainda é cedo para avaliar o seu governo na História, mas acho que nossos tatarenetos vão se lembrar do Getúlio Vargas e do Lula."
Apesar dos elogios, Morais, que pediu votos para a presidente Dilma Rousseff no ano passado, promete evitar um relato ufanista da administração do amigo.
"Não será um livro chapa-branca, como os programas do Amaral Netto sobre os feitos da ditadura militar", diz ele. "Nem acho que o Lula queira que eu faça isso."
Na semana passada, os dois conversaram sobre o projeto em almoço no Instituto Cidadania, em São Paulo. Entre pratos de feijão de corda, combinaram novos encontros a partir de setembro.
Lula sonha com um livro em que brasileiros ricos e pobres contem como a vida teria mudado -para melhor, claro- em seu governo.
Morais não conseguiu convencê-lo a dar um depoimento em primeira pessoa, e agora busca outra fórmula para contar bastidores da gestão.
Não está decidido se o livro será oferecido a uma editora ou publicado pelo futuro Instituto Lula. Por ora, o desafio do autor é encontrar brechas na nova agenda de político e palestrante internacional do ex-presidente.
"É difícil, porque o homem não para. Está hiperativo."
O projeto atropelará duas biografias inconclusas de Morais: do ex-senador Antonio Carlos Magalhães e do ex-ministro José Dirceu, que também é seu amigo.
"Esta foi interrompida pelo fim do mandato dele", comenta, numa referência sutil à cassação do petista acusado de chefiar o mensalão.


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