São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2011

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Rossi atribui crise à disputa entre grupos em ministério

Presença de diretores de vários partidos cria "problemas" na Conab, diz ministro

Dilma reitera confiança em atuação de titular da Agricultura, apesar de suspeitas recentes de irregularidade na pasta


BRENO COSTA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA

O ministro Wagner Rossi (Agricultura) afirmou que disputas entre grupos rivais dentro do ministério podem estar por trás das acusações de supostas irregularidades em sua pasta e que "não tem controle sobre tudo".
Citando até a disputa pela Prefeitura de São Paulo como eventual motivo de tentativas de desestabilizações, Rossi disse que existem disputas entre grupos que já ocuparam postos estratégicos dentro do ministério, e que foram substituídos por nomes chancelados por ele.
Rossi, filiado ao PMDB paulista, está no comando da Agricultura desde abril de 2010, por indicação do vice-presidente Michel Temer.
"Quem conhece a administração pública sabe que às vezes você muda a equipe, e a equipe anterior e a equipe atual se hostilizam, por baixo do pano", disse Rossi.
O ministro citou a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) como foco de problemas por conta dessa disputa: "Tem diretores de vários partidos. Isso tem criado problemas, não vou negar". "Hoje sinto que há uma certa dificuldade de entendimento entre os diretores, e eu estou trabalhando nisso."
PMDB, PTB e PT dividem as diretorias da estatal. No domingo, a Folha revelou que a Conab se tornou um cabide de emprego para parentes de líderes do PMDB, como os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR).
Ele não vê problemas em nomear parentes de políticos: "O fato de ser parente de alguém não credencia nem descredencia ninguém". E nega irregularidades no fato revelado pela Folha de que servidores da Conab foram deslocados para sua assessoria, desfalcando a estatal.
Na entrevista, Rossi disse que "não tem controle sobre tudo" o que seus subordinados fazem e anunciou uma sindicância sobre a atuação do lobista Júlio Fróes, que, segundo a "Veja", tinha aval do ex-secretário-executivo Milton Ortolan para usar uma sala do ministério e redigir pareceres e editais.
De manhã, a presidente Dilma Rousseff defendeu Rossi: "Estamos sem sombra de dúvida reiterando a confiança no Wagner Rossi". Ontem a Controladoria-Geral da União apreendeu computadores no Ministério da Agricultura para apurar suspeita de pagamento de propina.

Colaborou ANA FLOR, de Brasília

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