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ANÁLISE
Nomeação de mulheres ajuda novos governos a se mostrarem diferentes
FÁBIO ZANINI
EDITOR DE MUNDO
Ministérios cheios de mulheres costumam ser uma
forma conveniente de governos novos marcarem diferenças sobre seus antecessores.
Para Dilma Rousseff, que
precisa sair rapidamente da
sombra de Lula, a tradição
faz ainda mais sentido.
Quando o trabalhista Tony
Blair venceu a eleição para
premiê britânico, em 1997,
pondo fim a 17 anos de domínio conservador, tratou de
posar sorridente para uma
famosa foto com as "Blair Babes" ("garotas de Blair"), novas deputadas eleitas, muitas das quais foram parar em
seu gabinete. Nada melhor
para o jovial Blair se destacar
de uma oposição coalhada
de sexagenários.
Em 2004, o socialista José
Luís Zapatero viu-se premiê
espanhol da noite para o dia,
após o eleitorado ter punido
o governo de direita pela resposta desastrada a um atentado da Al Qaeda.
Superando o exemplo de
Blair, prometeu um novo
tempo na Espanha e adotou a
paridade de gênero no gabinete. Dois anos depois, Michelle Bachelet, no Chile, seguiu a regra. Dez mulheres
em 20 ministérios.
Mas há prazo de validade
para o banho de imagem. No
mês passado, Zapatero abriu
mão de sua festejada política
de gênero ao fazer uma reforma ministerial. Primeiro cargo cortado: Ministério da
Igualdade, responsável pela
promoção feminina.
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