São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2010

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ANÁLISE

Nomeação de mulheres ajuda novos governos a se mostrarem diferentes

FÁBIO ZANINI
EDITOR DE MUNDO

Ministérios cheios de mulheres costumam ser uma forma conveniente de governos novos marcarem diferenças sobre seus antecessores.
Para Dilma Rousseff, que precisa sair rapidamente da sombra de Lula, a tradição faz ainda mais sentido.
Quando o trabalhista Tony Blair venceu a eleição para premiê britânico, em 1997, pondo fim a 17 anos de domínio conservador, tratou de posar sorridente para uma famosa foto com as "Blair Babes" ("garotas de Blair"), novas deputadas eleitas, muitas das quais foram parar em seu gabinete. Nada melhor para o jovial Blair se destacar de uma oposição coalhada de sexagenários.
Em 2004, o socialista José Luís Zapatero viu-se premiê espanhol da noite para o dia, após o eleitorado ter punido o governo de direita pela resposta desastrada a um atentado da Al Qaeda.
Superando o exemplo de Blair, prometeu um novo tempo na Espanha e adotou a paridade de gênero no gabinete. Dois anos depois, Michelle Bachelet, no Chile, seguiu a regra. Dez mulheres em 20 ministérios.
Mas há prazo de validade para o banho de imagem. No mês passado, Zapatero abriu mão de sua festejada política de gênero ao fazer uma reforma ministerial. Primeiro cargo cortado: Ministério da Igualdade, responsável pela promoção feminina.


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