São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010 |
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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO Com Dilma, PMDB perde 37% da verba para investir Partido perde força e dinheiro na comparação com espaço na gestão Lula Eleita oficializou cinco ministros da cota da sigla ontem; Saúde foi a maior perda em relação à administração atual DE BRASÍLIA Definidos ontem os ministros do PMDB no próximo governo, o partido do vice-presidente eleito, Michel Temer, perde força e dinheiro no futuro governo Dilma Rousseff. Com os novos ministérios, o PMDB terá 37% a menos de recursos para aplicar em investimentos, embora quase triplique o Orçamento total, que inclui despesas de caráter obrigatório, ou seja, com restrita margem de manobra por parte do ministro. Ontem, Dilma oficializou os peemedebistas Wagner Rossi (Agricultura), Edison Lobão (Minas e Energia), Pedro Novais (Turismo), Garibaldi Alves (Previdência) e Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos). No governo Lula, o PMDB controlou seis ministérios. Deles, três serão mantidos: Agricultura, Minas e Energia e Defesa, sendo que o último passa a ser considerado da cota da presidente eleita. Os outros três serão retirados -Saúde, Integração Nacional e Comunicações. Em troca, o PMDB passa a controlar Previdência, Turismo e Assuntos Estratégicos. Entre as novas pastas, a da Previdência tem o maior Orçamento da Esplanada, mas não significa poder de fogo. Dos R$ 260 bilhões deste ano, cerca de 96% são despesas obrigatórias. Apenas R$ 182 milhões são para investir. O grande revés para o PMDB será a perda da Saúde. Segundo maior Orçamento do governo, a pasta tem R$ 12,8 bilhões para despesas não obrigatórias com investimento e custeio, além de prestígio político e relação direta com os municípios. A manutenção de Nelson Jobim na Defesa e de Wagner Rossi na Agricultura assegurou ao PMDB R$ 9,6 bilhões em investimentos nas Forças Armadas e de R$ 1,6 bilhão para agropecuária e abastecimento, se for levado em conta o montante reservado para os dois ministérios no Orçamento deste ano. Ontem, Dilma fez os últimos convites a peemedebistas. O primeiro a ser recebido na Granja do Torto foi Moreira Franco, que aceitou ocupar Assuntos Estratégicos. Depois o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) foi recebido. Ele não era o preferido pela equipe de transição para a Previdência, mas acabou sendo o escolhido depois que o senador eleito Eduardo Braga (PMDB-AM) ter dito que não aceitaria a pasta. Em discurso reservado para deputados, senadores e governadores do PMDB, Lula admitiu aquilo que PT e PMDB, em público, sempre tentam negar: a existência de problemas na relação entre os dois partidos. "Eu não estou convencido de que esteja tudo resolvido entre nós. Dois partidos grandes como os nossos sempre terão problemas", afirmou Lula, na casa do senador eleito pelo CE, Eunício Oliveira, onde foi oferecido jantar em homenagem ao presidente. O som do microfone foi alto o suficiente para ser ouvido na frente da casa, onde a imprensa estava. (FERNANDA ODILLA, GUSTAVO PATU, VALDO CRUZ, NATUZA NERY, MÁRCIO FALCÃO e BRENO COSTA) Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Novo chefe da Previdência teve atritos com Lula Índice | Comunicar Erros |
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