São Paulo, domingo, 10 de julho de 2011

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Com reajuste de preços, setor repassa o aumento de custos

DE SÃO PAULO

No setor de serviços, o discurso é único: os empresários comemoram o aumento dos clientes, reclamam da expansão de custos e afirmam que, por isso, tiveram que reajustar preços.
No salão Wanda K Coiffeur, em um shopping de Botafogo, zona sul do Rio, o corte de cabelo aumentou 22% neste ano, de R$ 45 para R$ 55. A manicure passou de R$ 18 para R$ 22, uma alta de 11%. A gerente Julívia Pereira diz que o culpado é o aluguel, que ficou mais caro.
Na escola de informática Compuclass, nos Jardins, em São Paulo, os cursos ficaram 6% mais caros em 2011. O sócio da empresa Rodrigo Carro diz que seus gastos com aluguel, mão de obra e energia cresceram, em média, 15%.
"Como o número de alunos cresceu 20%, estou conseguindo aumentar meu faturamento, mesmo sem repassar para as mensalidades. Mas se a economia parar de crescer, sou pego de calças curtas", ressalta.
A economista Tatiana Pinheiro, do Santander, explica que esse segmento "carrega" custos decorrentes da inflação passada. O aluguel, por exemplo, sofreu influência do aumento do IGP-M de 2010, que subiu 13,90%.
"Com o aumento da demanda, há ambiente para repasse desses custos", diz.
Os serviços que acumulam a maior alta, segundo o IBGE, são as passagens aéreas, 27% mais caras do que há um ano.
Segundo o ex-diretor da Anac Allemander Pereira Filho, o reajuste reflete o aumento do preço de petróleo (que encarece o querosene de aviação) e da saturação das rotas nos horários nobres. "A demanda cresceu e não há como oferecer mais voos sem investimento em aeroportos", afirma. (MARIANA SCHREIBER E MARIANA CARNEIRO)


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