São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

No "JN", Dilma defende apoios de Sarney e Collor

Candidata abre ciclo de entrevistas e diz que governo exige "aliança ampla"

Petista cita Lula 7 vezes, se compara a "mãe" ao negar fama de ríspida e tropeça ao localizar Baixada Santista no Rio


Reprodução/TV Globo
Dilma infla dado em entrevista ao "Jornal Nacional"

DE SÃO PAULO

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, abriu ontem o ciclo de entrevistas ao vivo no "Jornal Nacional", da Rede Globo, defendendo o arco de alianças que a apoia. Ela disse que governar o país pressupõe a necessidade de se fazer uma "aliança ampla".
William Bonner listou aliados que, no passado, eram criticados pelo PT: Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL). "Quando foi que o PT errou? Antes ou agora?", questionou.
Dilma não respondeu diretamente, mas disse que o PT não tinha "tanta experiência" de governo. "O PT acertou quando percebeu a sua capacidade de construir uma aliança ampla", afirmou.
No bloco em que foi ao ar a entrevista, a audiência estava em 33 pontos na Grande São Paulo, o que equivale a 5,9 milhões de expectadores na Grande São Paulo, em números preliminares.
Dilma também foi questionada sobre a fama de ter "temperamento difícil" ou da suposta falta de "jogo de cintura" para negociar.
Bonner citou que, em solenidade oficial, Lula disse que recebera de ministros queixas de que foram maltratados por Dilma. "Ele não disse maltrados", respondeu Dilma. "O vídeo está disponível", retrucou o âncora.
Ela usou a metáfora de "mãe" para justificar eventuais embates no governo. "Sabe dona de casa? No papel de cuidar do governo, é meio como se a gente fosse mãe. Há a hora de cobrar e o momento de incentivar."
Dilma citou Lula sete vezes durante a entrevista, numa mudança de estratégia em relação ao debate da Bandeirantes, quando evitou mencioná-lo a toda hora.
Ela se apresentou como "o braço direito e o esquerdo" do presidente no governo e disse duas vezes que ocupava o "segundo cargo mais importante" do governo, ao se referir à Casa Civil.
As perguntas foram longas: Bonner e a Fátima Bernardes falaram por 3min50s dos 12mi35s da conversa.
Levemente nervosa, Dilma se confundiu ao dizer "Baixada Santista do Rio", em vez de Baixada Fluminense.
O "Jornal Nacional" entrevista hoje Marina Silva (PV) e amanhã, José Serra (PSDB).
No "Jornal da Dez", da Globonews, Dilma disse que não há problema em indicações políticas, mas em falta de transparência. "Não é necessário que o cargo não seja indicado por um partido que compõe a minha aliança", disse, ao ser questionada sobre a frase de seu vice, Michel Temer (PMDB), sobre partilhar o governo.


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Análise: Exposta às contradições, petista recorre à tergiversação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.